James Wan retorna na direção e traz diversas referências para contar a história que ele e Jason Momoa queriam contar, concretizada no roteiro de David Leslie Johnson-McGoldrick.
Nesta nova trama, Arthur Curry (interpretado por Jason Momoa) enfrenta o desafio de equilibrar duas vidas distintas: ser pai do adorável Arthur Jr. e desempenhar seu papel como Rei de Atlântida, conquistado após os eventos do primeiro filme.
Enfrentando questões tanto internas quanto externas, ele percebe a complexidade que envolve os dois papeis. A situação piora quando seu arqui-inimigo, David Kane/Arraia Negra (interpretado por Yahya Abdul-Mateen II), encontra uma maneira de fazer Arthur sofrer da mesma forma que ele próprio sofreu, mesmo que isso signifique a destruição tanto do mundo terrestre quanto do subaquático. É neste momento que Aquaman se une a Orm, buscando deter o caos provocado por Arraia Negra e restaurar a ordem.
Wan mantém-se fiel à estética nostálgica do filme anterior. Uma das coisas que me surpreendeu foi como o cineasta utiliza uma variedade de referências cinematográficas para ampliar o universo de 'Aquaman'.
Como uma expansão do universo do personagem, em um estilo clássico com muita nostalgia, cativando qualquer apreciador de uma narrativa bem construída, Wan presta homenagens em vários aspectos da produção, desde a grandiosa e contrastante trilha sonora de Rupert Gregson-Williams, que mescla sintetizadores com instrumentos de corda poderosos, até incursões estilísticas que evocam obras icônicas como “O Senhor dos Anéis” e “Star Wars”. Cada detalhe é meticulosamente pensado para proporcionar uma experiência sólida aos espectadores, embora nem todas as abordagens sejam igualmente eficazes.
Durante aproximadamente duas horas, as mudanças drásticas de cenário, passando de lugares vibrantes no fundo do mar para ambientes isolados como o Saara e o sombrio reino perdido, são reflexos das explorações do diretor. Por falar no novo reino mostrado neste longa, a descoberta dele tem uma estética e uma atmosfera de filme de terror que contrastam de forma harmônica com os outros cenários.
Além disso, as excelentes atuações, especialmente a química entre Momoa e Wilson, trazem novas camadas para personagens. Embora o roteiro tente fazer com que Aquaman tenha algumas piadas no maior estilo Thor, que não funcionam muito bem para o Momoa, o filme encontrou um tom que combina com o personagem.
É um filme que toca em diversos assuntos, desde família e fraternidade até temas complexos, como a importância de preservar o meio ambiente e o impacto que as ações humanas têm na vida tanto nos oceanos quanto em terra firme.
Quanto aos boatos de que Amber Heard teria menos tempo de tela, embora seja verdade, faz total sentido considerando que se trata de um filme sobre irmãos.
Os dois primeiros atos são eficientes em nos instigar pelo que virá no final e a duração do filme nem é sentida. Porém, o final ficou um tanto quanto apressado, o que resulta numa resolução previsível e rápida. Isso acaba não explorando completamente o potencial do vilão, que deveria ser mais impactante. Ainda assim, ao sair da sala de cinema, é difícil não ter a sensação de que foi surpreendido, de que o final do personagem foi bom e que talvez até merecesse mais.
Ficha Técnica
Título: Aquaman 2 - O reino perdido
Título original: Aquaman 2 - The lost Kingdom
Classificação: 12 anos
Duração: 116 minutos
Gênero: Ação / Aventura / Fantasia
Diretor: James Wan
Elenco: Jason Momoa, Nicole Kidman, Yahya Abdul-Mateen II, Temuera Morrison, Amber Heard.