O filme traz como pano de fundo um futuro distante com uma guerra entre humanos e Inteligência Artificial. Joshua (John David Washington) e sua equipe são recrutados para destruir a arma que poderá eliminar a raça humana, junto com seu criador, porém a arma é uma tecnologia em forma de uma figura infantil (Madeleine Yuna Voyles).
O roteiro não foge do tema quando se trata de um futuro distópico com guerra contra máquinas ou aliens, mas de forma alguma o torna cansativo, a construção das escolhas e consequências de Joshua e a criatura dão o tom de filme, prendendo o telespectador com cenas de ações e conflitos físicos, éticos e morais.
É evidente a essência de Edwards na produção, conhecido também por Godzilla (2014), e de filmes de sci-fi como Elysium, Avatar, Eu Robô e o próprio Rogue One. Sobre os efeitos especiais, os híbridos, ou ciborgues estão muito bem feitos, realmente leva o espectador a acreditar naqueles implantes, como no caso do Ken Watanabe (foto abaixo) os detalhes estão bem trabalhados, praticamente imperceptível qualquer CGI. A principio, quando se vê o trailer desta produção, é possível comparar com Exterminador do Futuro, humanos e máquinas lutando em uma batalha onde as IAs tomaram conta, porém, ao desenrolar a história, Edwards consegue transparecer a mesma sensação apresentada no final de Rogue One: uma tragédia com sensação de dever cumprido.
Ken Watannabe em cena de Resistência |
Resistência é o típico filme que ao desenrolar a trama em um texto crítica, o risco de spoiler é alto e estraga a experiência. Como dito anteriormente, apesar do tema recorrente tem o seu encantamento próprio através dos protagonistas e seus ideais, trazendo amor e crescimento pessoal.
Antes de finalizar, trago duas reflexões pessoais, que vejo como crítica social por parte do filme. A primeira é que o ser humano, único ser vivo racional da face da terra é ironicamente a pior criatura para o planeta, o egoísmo sobre certas ações e escolhas nos leva a destruição lenta, nos dias atuais evidentes por exemplo, na exploração de recursos naturais e a poluição desenfreada.
A segunda é uma crítica aos Estados Unidos e sua forma de lidar com o que considerado ameaça para a maior potência do mundo. Na produção o exército é estadunidense e as Inteligências Artificiais são orientais, possivelmente remetendo a um dos episódios mais desumanos da história mundial, o ataque a Hiroshima e Nagazaki pela bomba atômica durante a 2° (segunda) Guerra Mundial.
Uma última reflexão, deixo em aberto aos leitores. Em meio a uma greve de roteiristas e atores sobre o uso de imagens e IA para substituir o ser humano parcialmente (por enquanto) nas produções audiovisuais: Será essa a nossa convivência com a Inteligência Artificial?
Conclusão, para os amantes de Sci-Fi é um filme interessante que não vai decepcionar, com um roteiro envolvente e efeitos especiais bem desenvolvidos. É impossível ser fã de ficção científica e não se cativar com esta produção, vários elementos estão ali reunidos, robôs, naves, futuro distópico, IA, etc.
Ficha Técnica
Titulo: Resistência
Título em inglês: The Creator
Lançamento: 28 de setembro de 2023
Gênero: Ficção Científica, Drama
Duração: 133min
Direção: Gareth Edwards
Roteiro: Gareth Edwards
Elenco: John David Washington, Gemma Chan, Ken Watanabe, Allyson Janney, Madeleine Yuna Voyles