Cinema

Opinião: o verdadeiro gênio por trás de La La Land

Damien Chazelle? Que nada! Conheça Justin Hurwitz, o homem que transformou La La Land em um sucesso


La La Land é um filme que dividiu opiniões. Alguns o amaram, outros odiaram, mas há algo que ninguém pode negar: a trilha sonora é espetacular. E o responsável é Justin Hurwitz, o compositor que criou as melodias que embalam as cenas do musical.


Hurwitz é um colaborador frequente do diretor Damien Chazelle, tendo trabalhado com ele em Whiplash, First Man e Babylon. Entretanto, foi em La La Land que ele mais se destacou, ganhando dois Oscars, um pela canção City of Stars e outro por toda a trilha sonora

Através da música, o compositor conseguiu captar a essência do filme, misturando influências que vão do jazz ao pop, e criando temas que evocam nostalgia, tensão e leveza, deixando o público em suspensão.

O filme seria apenas mediano, com uma história simples e personagens unidimensionais, se não fosse a trilha sonora. Não que, não seja cinematograficamente excelente, longe disso, todavia, são suas músicas que serão lembradas no futuro.


Por isso, dá para bater o martelo sem medo: Justin Hurwitz é o verdadeiro gênio por trás de La La Land, e merece todo o reconhecimento pelo seu trabalho.

Agora, vamos entender o que isso significa na prática?

A trilha sonora de La La Land


Um dos aspectos mais interessantes da trilha de La La Land é a forma como Hurwitz utiliza as melodias para criar uma conexão emocional entre os personagens e o público. Cada protagonista, Mia e Sebastian, tem um tema musical que representa sua personalidade e seus sonhos. 

O tema de Mia é delicado e flutuante, tocado principalmente no piano, que reflete sua aspiração de ser uma atriz de sucesso, enquanto o de Sebastian é uma melodia mais agitada e sincopada, tocada no saxofone, que reflete sua paixão pelo jazz e sua rebeldia contra o status quo.

Esses temas se entrelaçam ao longo do filme, criando momentos de harmonia e tensão entre o casal. Por exemplo, na cena do planetário, eles se fundem em uma orquestração grandiosa e mágica, que acompanha a dança dos personagens no espaço. Já na cena da briga, os temas se confrontam em uma dissonância angustiante, que evidencia o conflito entre os sonhos e a realidade.


Hurwitz também usa as melodias para criar um contraste entre o passado e o presente, entre o ideal e o real
. O filme começa com uma canção animada e otimista, Another Day of Sun, que remete aos musicais clássicos. Essa canção estabelece um tom de fantasia e esperança, que será contrastado com as dificuldades e frustrações que os personagens enfrentarão ao longo da história. 

A canção final, Epilogue, por outro lado, é uma reprise de todas as melodias do filme, porém, com uma roupagem diferente. É mais melancólica e nostálgica, mostrando como os personagens mudaram e se distanciaram de seus ideais.

E estes são apenas alguns exemplos! Pensando em suas complexidades e nuances, a trilha sonora de “La La Land” assume um papel fundamental na construção da narrativa e das emoções do filme, elevando-o a outro patamar.

Na verdade, sendo um pouco mais ousado, concluo dizendo que o verdadeiro gênio por trás das produções de Damien Chazelle é efetivamente Justin Hurwitz, que, ao contrário do diretor, apresenta um trabalho coeso e ascendente.

é jornalista, cinéfilo e hater declarado do Christopher Nolan. Ele está sempre por dentro dos bastidores da indústria e detesta Friends secretamente. Inclusive, seu maior medo é de ser sequestrado por fãs da série e ser forçado a vê-la.


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