Cinema

Crítica: Oppenheimer filme de Christopher Nolan é desnecessariamente longo

Oppenheimer, de Christopher Nolan, filme com Cillian Murphy e grande elenco batalhando pela atenção do público com o colorido Barbie de Greta Gerwig


O final de semana que todos esperavam finalmente chegou, eu pelo menos!! No qual teremos a confronto entre Oppenheimer, filme de Christopher Nolan, e Barbie, de Greta Gerwig, já que ambos estreiam dia 20 de julho nos cinemas de todo o Brasil. Quem será que vence a batalha: O sombrio Oppenheimer ou o colorido Barbie? A seguir o que achei da nova super produção da Universal Pictures.

Sinopse

Escrito e dirigido por Christopher Nolan, Oppenheimer é um épico suspense filmado em IMAX® que leva o público ao paradoxo pulsante do homem enigmático que deve arriscar destruir o mundo para salvá-lo.

O filme é estrelado por Cillian Murphy como J. Robert Oppenheimer e Emily Blunt como sua esposa, a bióloga e botânica Katherine “Kitty” Oppenheimer. O vencedor do Oscar Matt Damon interpreta o General Leslie Groves Jr., diretor do Projeto Manhattan, e Robert Downey Jr. interpreta Lewis Strauss, um comissário fundador da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.


O primeiro filme de Nolan que assisti e pensei "o que aconteceu aqui?" foi O Grande Truque, com Christian Bale e Hugh Jackman, depois veio Batman o Cavaleiro das Trevas, com a interpretação fantásticas de Heath Ledger e Cillian Murphy no elenco, e, o meu favorito, A Origem, estrelado por Leonardo DiCaprio e, novamente, Cillian Murphy, filme que me surpreende até hoje, tamanha sua complexidade. Por isso, minhas expectativas com relação a Oppenheimer estavam altas, até eu descobrir que o filme tem 3 horas de duração. Calma, é uma obra de Nolan! Vale o seu tempo! Ocorre que, nem isso salvou o fato de que dava para contar a história do pai da bomba atômica em 2 horas, ou menos, fazendo escolhas diferentes.

Oppenheimer, Cillian Murphy, é o físico responsável pelo Projeto Manhattan, iniciativa que deu início a corrida para determinar quem conseguiria criar uma bomba de grandes proporções primeiro. Competição que seria um prelúdio da Guerra Fria, período histórico que só acabou no início dos anos 1991, e que causou, e ainda causa, pesadelos em muitas gerações, já que ninguém sabe o tamanho do arsenal acumulado desde o período, nem onde esconderam. Portanto, sendo um filme biográfico, como inserir as reviravoltas típicas das obras de Nolan que citei acima?

O filme peca pelo excesso

Filme longo demais, elenco repleto de estrelas e história tensa. Tudo é tão grandioso em Oppenheimer que você não tem tempo de se conectar com o personagem principal, são tantas pessoas que surgem, figuras históricas como Albert Einstein, que fica difícil acompanhar. Além disso, todas as interpretações mantêm o mesmo tom, é como ouvir uma orquestra de uma nota só, sem as notas altas e baixas, somente as médias.

O filme mistura cenas coloridas com P&B, mas não faz muito sentido, assim, você fica tentando entender o porquê dessa mudança, que se alternam com a linha do tempo (antes, durante e pós-guerra), alterações de tons que começam a bagunçar seus sentidos, com o tempo você simplesmente para de tentar entender e apenas aceita. Se esse era o objetivo, parabéns!


A narrativa é lenta, até aí tudo bem, uma vez que é uma escolha criativa, mas essa escolha culminou numa história arrastada, que poderia ser contada em 2 horas. Se o propósito era mergulhar na mente de Oppenheimer, isso não acontece. Já que no meio do longa fica em segundo plano para focar no poder de destruição da bomba.

A propósito, não temos protestos, um parente religioso para gritar "vocês vão todos para o inferno". Cadê a oposição? Afinal, estávamos falando de criar um artefato capaz de extinguir a vida na Terra. Além do mais, uma cidade foi construída para abrigar famílias inteiras, não é possível que no meio não tinha alguém que achava tudo aquilo um absurdo? Cadê o drama?


Enfim, o que faltou em Oppenheimer não foi qualidade técnica, que isso a gente sabe que ele entrega, o que faltou foi o quesito humano comum em suas narrativas, aquelas cenas desconfortáveis que nos fazem refletir. Construir uma bomba atômica já é um dilema moral por si só, por isso, gostaria que tivesse sido mais aprofundado, narrada com a mesma complexidade de Batman, o Cavaleiro das Trevas e O grande Truque. Pois, o filme ficou preso nos embates que surgem quando se reúnem mentes brilhantes. Em alguns momentos se apoiando no "ele fez o que tinha que fazer". Será? Será que a vida se resume a fazer o que tem que fazer? Faltou explorar mais a linha tênue entre fazer o que é certo e o que for necessário para alcançar meus próprios objetivos, ainda que questionável, das histórias de Nolan.


Ficha técnica

Título: Oppenheimer

Título original: Oppenheimer

País: EUA

Data de estreia: 20 de julho de 2023

Gênero: Biografia, histórico, suspense

Duração: 181 minutos

Classificação: 16 anos

Distribuidora: Universal Pictures

Direção: Christopher Nolan

Elenco: Cillian Murphy, Emily Blunt, Robert Downey, Jr., Matt Damon, Rami Malek, Florence Pugh, Benny Safdie, Michael Angarano, Josh Hartnett e Kenneth Branagh.


Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


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