Crítica: Ruby Marinho - Monstro Adolescente uma jornada de autodescobrimento

Ruby Marinho - Monstro Adolescente, que estreia dia 29 de junho, é a nova animação da Dreamworks que abre a temporada de férias nos cinemas de todo o Brasil. Filme que conta com a participação da atriz Giovanna Lancellotti dublando a sereia Chelsea. Uma aventura divertida que apresenta as profundezas do oceano e animais místicos.

Sinopse

Às vezes, o herói que você deveria ser está logo abaixo da superfície.

A doce e desajeitada Ruby Marinho, de 16 anos está desesperada para se encaixar na Oceanside High, mas na maioria das vezes ela se sente invisível.

Ela está dando aulas de matemática para seu crush skatista, que só parece admirá-la por seus fractais, e ela é impedida de sair com os garotos legais na praia porque sua supermãe superprotetora, proibiu Ruby de entrar na água.

Mas quando ela quebra a regra nº 1 de sua mãe, Ruby descobre que ela é descendente direta das rainhas guerreiras Kraken e está destinada a herdar o trono de sua avó comandante, a Rainha Guerreira dos Sete Mares.

O Kraken jurou proteger os oceanos do mundo contra as sereias vaidosas e famintas por poder que lutam com o Kraken há eras. Há um grande e imediato problema com isso: a nova garota bonita e popular da escola, Chelsea por acaso é uma sereia. Em última análise, Ruby precisará abraçar quem ela é e se esforçar para proteger aqueles que ela mais ama.

Estadunidenses são péssimos de geografia

Ruby Marinho - Monstro Adolescente brinca com a falta conhecimento geográfico dos estadunidenses, através de Ruby e sua família, que apesar de serem azuis conseguem viver na superfície, usando a seguinte frase "nós somos canadenses".

Ruby é uma adolescente que tenta passar pelo fundamental sem grandes problemas, mas como qualquer pessoa da sua idade está em busca da sua individualidade. Ocorre que, sua mãe tem regras rígidas para evitar que a família seja descoberta. Que fazem com que a garota perca marcos importante do desenvolvimento humano, pois, não pode participar de atividades normais com seus amigos, como viagens com a turma e festas de aniversário.

Assim como qualquer adolescente, Ruby resolve questionar as razões para tantas regras, por isso, parte numa jornada de descobrimento até as profundezas do oceano.

A animação questiona a jornada do herói e a realeza com suas imposições sobre seus membros. Pois, como um membro da realeza Ruby precisa aceitar seu destino? Um destino que sua mãe já havia deixado claro que não queria para a filha, ao abandonar o fundo do mar para viver na superfície, visto que desejava uma vida mais simples para seus herdeiros. Já que sabia de todas as responsabilidades que vêm com o DNA herdado.

No entanto, quando descobre sua origem e forma, Ruby decide lutar por sua verdadeira essência, e pelo direito de desfrutar dos dois mundos. Continuar sendo uma adolescente comum e uma criatura mítica que viaja pelos sete mares. Portanto, Ruby não quer desistir da vida que conhece, nem do novo ser poderoso que se tornou.

Precisamos falar sobre Giovanna Lancellotti, que dubla a sereia Chelsea. Na primeira parte do filme sua atuação é Ok, mas, no final deixa de funcionar. Pois, a atriz não consegue acompanhar a transformação da personagem, entregando uma performance forçada e sem graça.

O mito da sereia

E por falar em Chelsea, a personagem está ali para questionar padrões. Aliás, o filme é estruturado a partir do estereótipo perpetuado ao longo da história que o belo é bom e o feio é ruim. Ou que um corpo delicado é sinônimo de boas maneiras e um corpo grande é sinal de problemas à vista. Todo aquele clichê fomentado pelos contos de fadas, que são narrativas construídas para educar e ensinar o que não fazer.

Chelsea com seus olhos grandes, cílios enormes, cabelos esvoaçantes e longos, em contraste com os tentáculos e andar desajeitado de Ruby que é um ser gigante e luminescente. Uma anda pela superfície como se estivesse num desfile de moda, enquanto a outra tenta passar despercebida para sobreviver ao ensino básico.

Enfim, a animação Ruby Marinho - Monstro Adolescente é uma boa alternativa para quem está cansado dos filmes de herói, e busca uma história leve, sem grandes dilemas para a humanidade. É só Ruby uma adolescente que também é uma criatura mítica, lutando pelo direito de ser, simplesmente, ela.