Cinema

O Lendário Cão Guerreiro – e títulos que são o que parecem

O Lendário Cão guerreiro animação com as vozes de Paulo Vieira, Ary Fontoura e Débora Seco chega dia 25 de agosto nos cinemas de todo o Brasil











Com estreia oficial marcada para 25 de agosto, e sessões especiais que começam em 13 de agosto, O Lendário Cão Guerreiro é a nova animação da Paramount que conta com as vozes de Paulo Vieira, Ary Fontoura e Débora Seco. Nós já assistimos o longa e vamos falar o que achamos dessa comédia para todo a família.

Sinopse

Hank (Paulo Vieira), um cão de caça sem muita sorte, está em uma cidade cheia de gatos, que precisam de um herói para defendê-los do plano maligno de um vilão implacável para varrer a cidade do mapa.

Com a ajuda de um professor relutante para treiná-lo, nosso azarão deve assumir o papel de samurai da cidade e se unir aos aldeões para salvar o dia. O único problema… Os gatos odeiam os cães! 


Sim, pelo título e pôster pensei “será uma cópia de Kung Fu Panda”, filme do mesmo estúdio, vamos lá ver essa inspiração, (cof, cof, cof), para não dizer outra coisa. Até que minha criança interior começou a gritar. Nossa eu já vi esse doguinho antes. Não seria aquele desenho da Hanna-Barbera? Após alguns "Ok Google" percebi que Hank (Paulo Vieira) e Penry, do desenho Hong Kong Fu, eram muito parecidos.

Nos primórdios da animação, tanto em longas como os desenhos para TV, a reciclagem era muito comum. Tanto que os parças Hanna-Barbera eram mestres na arte de criar desenhos baseados em personagens que já existiam. Como é o caso de Scooby-Do e Tutubarão, e muitos outros criados pelo estúdio. Se até Walt Disney fez isso, antes de se tornar o que conhecemos hoje, fica claro que a prática é mais corriqueira do que parece. Portanto, é um recurso tradicional de um período anterior ao uso do computador, que estamos resgatando.

O poder da metalinguagem

O Lendário Cão guerreiro investe na jornada do herói, aquele esquema de contar histórias, que já estamos cansados de ver. Uma vez que George Lucas foi quem começou essa tour no cinema, e a Disney segue espremendo sem dó.

Entretanto, as estrelas do filme não são os personagens caricatos, nem o gato lutador de sumô chega a ser ofensivo, ou a reunião de várias técnicas de animação, mas a metalinguagem. Afinal, desde o início do filme os personagens deixam claro que sabem que estão num conteúdo audiovisual, fazendo piada com isso em alguns momentos.


O Lendário Cão Guerreiro também investe nas referências, principalmente, a outros filmes do gênero jornada do herói como a saga Star Wars.

Por exemplo, em determinado momento do filme Jimbo grita “que cão fusão é essa” como não lembrar da Priscila da extinta TV Colosso? Sendo o público-alvo do filme, pessoas que não eram nascidas quando o programa ainda estava no ar. Claro que a intenção é causar nostalgia em quem detesta “O encontro com a Fátima” com todas as forças e pagou pelo ingresso.


Temos novidades? Nenhuma. É um filme que poderia ser lançado diretamente no streaming? Sim. Mas, como decidir o que merece ir para a telona? Acredito que pelo tanto de marketing que você está disposto a investir. Pois, temos produções feitas para streaming tão boas quanto, ou até superiores, como Os Irmãos Willoughby da Netflix, que tem uma história melhor desenvolvida.

Enfim, O Lendário Cão Guerreiro é um apanhado de fórmulas prontas, com uma narrativa bem fraquinha. Visto que a intenção do vilão poderia ter sido mais bem trabalhada. Que te deixa com aquela sensação de “eu já vi esse filme”. Hanna-Barbera mandou lembranças.


Ficha técnica

Título: O Lendário Cão Guerreiro
Título original: Paws of Fury: The Legend of Hank
País: EUA
Data de estreia: 25 de agosto de 2022
Gênero: Animação, Comédia
Duração: 103 minutos
Classificação: Livre
Distribuidora: Paramount Pictures
Direção: Rob Minkoff, Mark Koetsier
Elenco: Samuel L. Jackson, Djimon Hounson, Michael Cera, Michelle Yeoh, Mel Brooks, Ricky Gervais, George Takei, Aasif Mandvi, Cathy Shim, Gabriel Iglesias e Kylie Kuioka

Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


Disqus
Facebook
Google