Crítica Trem-Bala e o Misto de Mangá Com Hollywood

Trem-Bala, filme que traz no elenco Brad Pit, Joey King (A Barraca do Beijo), Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass), Brian Tyree Henry (Eternos), Zazie Beetz (Atlanta), Masi Oka (Heroes), Michael Shannon (O Homem de Aço), Logan Lerman (Percy Jackson) e participações especiais que são incríveis, estreia dia 4 de agosto nos cinemas de todo o Brasil. Baseado no livro do escritor Kotaro Isaka, lançado em 2010 no Japão. O filme traz muitas cenas de luta e o estilo dos mangás japoneses de contar histórias que influenciaram, bastante, muitos artistas de Holywood como Walt Disney e Quentin Tarantino.

Sinopse

Em Trem-bala Brad, Pitt interpreta o protagonista Joaninha, um assassino de aluguel azarado que está determinado a fazer esse trabalho dar certo, bem diferente de outros que fugiram de seu controle.

Entretanto, o destino tem outros planos, essa missão não será tão simples quanto ele esperava. Já que não está sozinho nessa viagem a bordo do trem mais rápido do planeta. Agora Joaninha precisa encontrar uma forma de desembarcar.

Do diretor de Deadpool 2, David Leitch, o fim da linha é só o começo nessa viagem selvagem, com ação do começo ao fim e completamente caótica pelo Japão dos dias modernos.

Joaninhas trazem sorte?

O filme abre com um clássico dos Bee Gees, engraçado como é mágico o poder da trilha sonora, pois, bastaram os primeiros acordes começarem para eu me preparar para ver uma pessoa caminhando na tela. Claro, que na minha mente era o John Travolta. Só que quem surge é, Brad Pit, no caso o protagonista Joaninha.

Stay in alive chega dando o tom do longa que é repleto de referências. Afinal, Trem-bala é um mix de cultura japonesa e narrativas hollywoodianas. Logo de cara identificamos características da estética do mangá. Como a cena de abertura que apresenta um recorte da cidade de Tóquio e um personagem cativante. Sim, Joaninha é um fora da lei, mas você torce para que tudo dê certo no final.

Como estamos falando de um filme que não economiza nas referências o estilo e forma de narrar histórias japonês é bem marcante. Porém, na metade do caminho você começa a se perguntar se é mais uma produção de Quentin Tarantino. Porque né! Personagens aleatórios surgindo sabe lá onde é a marca do diretor.

Por falar em estética, letras japonesas surgem na tela para introduzir um novo personagem. Também temos um bichinho fofinho que dança e interage com os personagens no decorrer da trama. Que achei desnecessário, já que não acrescentou em nada. Como o filme era uma salada de acontecimentos fiquei esperando que o desenho tivesse uma participação mais efetiva. Só que isso não acontece.

Tem gente demais nesse trem

O filme tenta apresentar o máximo de personagens típicos das narrativas japonesas. Como já mencionei o bichinho fofinho, que são criados para vender brinquedos. A colegial com cara de inocente, Joey King, que tem uma mente brilhante e criminosa. O cara bonzinho, mas que fez escolhas erradas na vida e precisa se redimir. O primogênito que não é o orgulho da família, entre outros.

Então temos clichês, impossível fugir deles, o maior inimigo dos EUA estava presente na tela, a Rússia. Como disse Sartre o inferno são os outro. E no caso dos EUA, e do resto do mundo agora é a Rússia.

Além disso, o filme conta com algumas participações especiais, que eu não vou contar para não estragar a surpresa. Ainda que a Sony tenha estragado a minha com o trailer.

Em alguns momentos o filme se torna caótico, é gente surgindo do nada e a narrativa fazendo uma pausa para explicar o porquê essa pessoa estava ali. São tantas idas e vindas, pessoas que surgem e se vão que fica difícil acompanhar em alguns momentos.

Isso acontece, porque pessoas precisam de um ponto focal para a partir daí explorar. Eu sei que Joaninha era esse ponto. Só que a história dele não foi aprofundada. Uma vez que tinham outros personagens com uma narrativa mais interessante. Como a filha que deseja provar seu valor para o pai e o avô em busca de vingança. São tantas tramas acontecendo, que não permite que a gente se conecte com o enredo. Visto que ficamos tentando decidir qual personagem tem o pretexto mais interessante.

Enfim, Trem-bala é muita ação, cenas de luta muito bem coreografadas, um protagonista encantador. Muitos personagens que renderiam outro longa. Considerando que é do mesmo diretor da saga John Wick isso é possível. Com muito sangue escorrendo na tela e diversão garantida para quem curte filmes de ação. O filme estreia dia 4 de agosto nos cinemas.