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Reflexão: A pressão do Casamento

A verdade é que o ser humano não nasceu para ficar sozinho, pois, ninguém é uma ilha. Entretanto, casar não é a linha de chegada de uma corrida


Ser mulher envolve muitas questões complicadas. Uma delas, pode nem ser uma questão para todas, mas não dá pra negar que é um tema que gera controvérsias, o casamento. Nessa semana especial, traremos cada dia uma reflexão que afeta uma das colaboradoras do GeekBlast e tem tudo a ver com todas nós, mulheres.

A imagem da mulher de 30 anos sendo anunciada como solteira ainda tem um tom pejorativo. Curioso como evoluímos tanto em questões como trabalhar fora de casa e atingir cargos importantes, no entanto, ainda aplicamos uma pressão desigual para a mulher casar cedo.

Podemos facilmente observar isso em um ótimo exemplo para a questão, a história de Bridget Jones. Basta ver a sinopse do filme, para perceber que o fato de Bridget estar na casa dos 30 e ainda não ter casado afeta o modo como a veem e o modo como ela mesma se vê.
Sinopse: Bridget Jones é uma solteirona de trinta e poucos anos que decide registrar em um diário suas tentativas de melhorar de vida. O resultado é um relato picante e bem-humorado de suas desventuras profissionais, familiares e românticas.

E assim como Bridget, não podemos desistir de ser bem sucedidas e tentar encontrar um cara, ou uma mulher, legal que se encaixa na nossa vida. O nosso Mr. Darcy. 

Outra que dá um quentinho no coração e consolo de que você não está sozinha é Kate Bolick. Uma jornalista e editora americana que escreveu Solteirona, publicado pela Editora Intriseca, onde esclarece as origens do termo solteirona, ou spinster em inglês.

Bolick conta que na Europa do século XV, o termo era usado para descrever as tecelãs não casadas. O ofício era um dos poucos que ditava respeito que podia ser exercido por mulheres. O termo é estendido para outras mulher a partir do século XVII. É na América Colonial que a palavra sofre uma ressignificação e começa a soar de forma pejorativa e ofensiva. Atualmente, boa parte dos dicionários americanos reconhece o caráter depreciativo do termo.

Casamento é um tema delicado para mim. Sendo filha única, a imagem que eu tinha e que acredito que me foi passada tanto pela família quanto pelas referências ao longo da vida, era a de que o casamento significava a passagem para um novo estágio da vida.

Casar, principalmente para uma filha única, tem muito mais a ver com sair de casa e iniciar uma mudança de estilo de vida, do que com uma vida a dois. Ao menos na minha família.

Enquanto escrevia esse texto, pensei em diversas abordagens que eu poderia dar para essa pressão que nós, jovens chegando aos trinta ou ainda no início dessa década, vivemos quando não nos casamos ainda e não estamos nem perto disso.

A pressão da sociedade pode ser efetiva ou estar na nossa cabeça, este é um detalhe que não importa muito. A mulher tem uma peculiaridade que os homens não tem, o famigerado relógio biológico. Não se casar no início da vida adulta por muito tempo significou para mim que, de alguma forma, eu tinha fracassado.

Fracassado no que? Bom. No meu plano de vida. Em algum momento da infância escutamos as etapas que passaremos ao longo da vida e na minha cabeça eu tinha fracassado e viraria a tia dos gatos. 

Não sei de onde tirei essa imagem da tia dos gatos, mas muitas vezes ela me assombra, sendo que nem gato eu posso ter porque sou alérgica. Mas essa imagem não foi criada por mim, tanto que é mencionada no texto de Julia Wähmann sobre o livro de Bolick.


A verdade é que o ser humano não nasceu para ficar sozinho, ninguém é uma ilha. Mas casar não é a linha de chegada de uma corrida. Não há razão lógica para considerar que uma pessoa é solteirona e passará o resto da vida assim porque não se casou até os 30 e poucos. 

Quando você era criança, deve ter visto, lido e escutado muito que ao crescer você encontra o príncipe encantado, casa e vive feliz para sempre.

No meu caso eu tenho uma história de amor linda em casa. Minha mãe conheceu meu pai ainda criança, se apaixonou e quando eles cresceram, casaram e estão juntos já há 32 anos. Quando a gente cresce, percebe que não é assim para todo mundo.

Eu imaginava que beirando os 30 já estaria casada e com um filho, pelo menos. Imaginava que já seria bem sucedida e tudo seria lindo e maravilhoso.

Hoje posso ver que muitas coisas levaram a esses pensamentos ilusórios, mas ainda há essa cobrança forte que comentei anteriormente, para que a mulher case. 

O tema é bem explorado no audiovisual. Eu particularmente adoro aquelas comédias românticas meio água com açúcar que falam de casamento, como:

  • O casamento do meu melhor amigo
  • Noiva em fuga
  • Noivas em guerra
  • O noivo da minha melhor amiga
  • Vestida para casar
  • Casa comigo?
  • Muito bem acompanhada
  • Surpresas do amor
Você pensa...Que se dane. A vida continua.
Talvez não tenha casamento. Talvez não tenha sexo.
Mas, por Deus, terá dança.

Vale conferir também "O melhor amigo da noiva", que foca no casamento, mas do ângulo masculino. Esses eu indico principalmente porque focam mais no amor e na descoberta pessoal e não tratam o estado civil “solteira” como um fracasso. Mas tem aqueles que já tratam como se as mulheres estivessem com vergonha:

  • Voando para o amor
  • Qual o seu número?

A vida não é um jogo onde você precisa cumprir as tarefas para passar de fase e se não cumpre fica preso no mesmo lugar. Casar deve ser uma decisão baseada em amor e também ser da vontade de ambos. 

Se você está solteira e acha que nunca vai se casar por falta de opção e tem sofrido com as piadinhas dos parentes, fica aqui a indicação de filmes que mostram que estar sozinha tem coisas boas também.
  • Comer Rezar Amar
  • Sob o sol da Toscana
  • Alguém especial
  • Mesmo se nada der certo
  • Ele não está tão a fim de você


Além disso, uma história de amor não é menor ou menos romântica porque não passou o resto da vida com a pessoa. Não é fracasso terminar um relacionamento e não se casar. O importante é não desistir do amor e saber que ele pode chegar à qualquer hora, se você se amar primeiro.

Pesquisadora em Têxtil e Moda; cinéfila; Potterhead e lufana. Adora escrever e dar dicas sobre seus filmes favoritos. Amante de boas histórias e personagens femininas que se impõe. Queria ter os poderes da Jean Grey, mas é apaixonada pela Jasmine. Nas horas vagas escreve sobre seus hobbies.


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