Pai em Dobro filme da Netflix, que estreou em 15 de janeiro é o primeiro longa da parceria entre Maisa e o serviço de streaming. Que, além da apresentadora conta com a participação de Eduardo Moscovis, Marcelo Médici e grande elenco.
Sinopse
Aproveitando que a mãe foi viajar, uma adolescente foge da comunidade hippie onde mora para desvendar o maior mistério de sua vida: quem é seu pai?
Pai em dobro é um filme com temática de carnaval, que foi lançando na data certa, contudo, no contexto histórico errado. Pois, fica difícil você ver as pessoas celebrando uma festa que foi cancelada em virtude do distanciamento social causado pela pandemia, e lembrar que esse ano não vai poder curtir também. Mas, acredito que somos inteligentes e vamos dar um jeito de celebrar de forma segura.
A história é baseada num livro da escritora Thalita Rebouças, que desde 2016 teve diversas de suas obras adaptadas para o cinema, sendo que Thalita sempre dá um jeito de fazer uma ponta nos longas. Fiz uma breve pesquisa e essa é a terceira participação de Maisa Silva num filme baseado nos livros de Thalita, aliás, pode ser mais, já que têm 2 filmes sem informação nenhuma na internet.
Um filme carregado de estereótipos
O que me saltou aos olhos em Pai em dobro é como os personagens são estereotipados. Paco, Eduardo Moscovis, é o artista descolado que não se preocupa com os boletos, além disso, não cria nada há anos, pois, perdeu a inspiração. Ocorre que, grande parte dos artistas brasileiros ralam muito para pagar suas contas, exercendo outras atividades remuneradas, uma vez que arte no Brasil não garante uma renda regular adequada, quando isso acontece.
Raion, Laila Zaid, é a hippie que foi morar numa comunidade afastada onde todos vivem em harmonia com a natureza. Que um dia decide viajar para a Índia porquê recebeu um chamado do Universo. De onde vem a grana para esse tipo de aventura? Visto que viver em comunidade é compartilhar tudo com todos? E já sabemos o quanto é caro viver essas experiências imersivas, já que tudo foi transformado em comércio pelo capitalismo. Problemática, que é brevemente apresentada no filme, já que a experiência foi conduzida por um líder espiritual que nem estava na Índia, dado que as aulas foram realizadas em plataforma online direto dos EUA.
E para finalizar Giovanne, Marcelo Médici, o cara que seguiu o tutorial de todo homem bem-sucedido moderno que tem um emprego legal, mas a família desfeita. Afinal, ao dar prioridade ao trabalho ele perdeu oportunidades incríveis de convivência com os filhos. Que são resgatadas através da convivência com Vicenza, Maisa Silva.
Vicenza a adolescente que cresceu sem tecnologia
Falando um pouquinho sobre Vicenza, Maisa Silva, a garota encanta a todos pela maneira como enxergar o mundo. Visto que, foi criada sem o acesso à tecnologia, apesar de ter um celular. Cresceu num contexto social onde todos trabalham pelo bem do coletivo. Realidade totalmente oposta ao capitalismo, onde a exploração do outro é o que garante o funcionamento da estrutura, logo enriquecimento da classe dominante. A propósito, as pessoas já estão começando a entender que essa história de trabalhar muito para enriquecer não é bem assim. Só vem era de aquário.
Além de tudo, todos os adultos da vida de Vicenza são mentalmente imaturos, sendo responsabilidade da adolescente fazer com que reflitam sobre as consequências de suas escolhas. No entanto, isso não deveria ser tarefa dela, uma vez que é resultado dessa falta de compromisso com a vida.
Enfim, Pai em dobro é uma história que enquanto você assiste pensa “acho que já vi esse filme”, entretanto, é um filme que pode agradar os mais jovens, especialmente os fãs da Maisa. Mas, que não tem nada de surpreendente, afinal, é mais uma história criada por Thalita Rebouças.
Ficha técnica
Título: Pai em dobro
Título original: Pai em dobro
País: Brasil
Data de estreia: 15 de janeiro de 2021
Gênero: Comédia, Filme teen, Filmes para toda a família
Classificação: Livre
Duração: 105 minutos
Distribuidora: Netflix
Direção: Cris D’Amato
Elenco: Maisa Silva, Eduardo Moscovis, Marcelo Médici, Laila Zaid, Pedro Ottoni, Rayana Diniz, Caio Vegatti, Fafá de Belém, Thaynara Og e Roberto Bonfim