Não é novidade que peças de grande sucesso sejam adaptadas para o cinema, principalmente as comédias brasileiras, vide o sucesso de Homens são de marte e é pra lá que eu vou e Minha mãe é uma peça.
Suzana Pires adaptou o monólogo e ela fazia todos os personagens, quando foi escrever o roteiro para o filme ela imaginou as vozes já com os atores que convidou. O que chega a ser curioso, visto que tanto a professora de Ivete Sangalo, quanto a amiga de infância vivida por Angélica, tem uma voz diferente da habitual delas.
Gaby Amarantos faz uma advogada poderosa, trocando a rivalidade pela sororidade e é provavelmente a melhor surpresa do filme. Como esse filme foi o primeiro nacional a adotar a cláusula de inclusão, Gaby disse em coletiva que isso fez toda a diferença, "para a gente entender mais a continentalidade do Brasil, enxergar que a gente é esse país enorme".
Suzie vive uma vida infeliz com um marido que não a valoriza e uma sogra senil e folgada. Depois de um dia horrível ela resolve sair e acaba tendo uma epifania de que todo dia poderiam ser mais felizes. Ao abandonar tudo para ir ser feliz, ela resolve se formar em direito e alcançar sua independência. O filme traz um certo paralelo com "Comer, Rezar, Amar, pois em ambas as histórias, temos mulheres em uma jornada de autoconhecimento.
Porém, enquanto Elizabete tinha um plano nas etapas que iria fazer para essa jornada, os três países, Suzie vai sendo empurrada de uma fase para a outra.
O filme tem muitos momentos vergonha alheia e caricatos que, na minha opinião, comprometem a mensagem de tomar as rédeas da própria vida e nós lembrar de quem somos ao longo do percurso.
Durante a coletiva tanto o elenco como a diretora Cininha de Paula disseram que o filme tem uma pegada revolucionária, mas não significa que esteja dizendo "vamos negar todos os homens", depende da sua felicidade, o importante é viver uma vida que te satisfaça.
O maior feito do filme não é exatamente sua trama, mas a utilização da cláusula de inclusão. Na coletiva a Suzana contou que já tinha uma predileção para uma sala de roteirista que pensam diferente dela e que uma advogada explicou para ela como funciona a cláusula. Que não é excluir, mas fazer elos e todos da produção toparam e foram atrás de nomes para fazer deste o filme mais diverso possível.