Com direção geral de Rodrigo Meirelles e protagonizada por Natália Lage, a série conta a história de Sofia, dedicada dona de casa que, após a morte repentina do marido, vê sua vida perfeita desmoronar ao descobrir que sua herança vem na forma de uma produtora de filmes pornô. Agora, ela deve se adaptar à sua nova vida.
HARD, a nova série brasileira de comédia HBO, e ambientada no universo pornô, filmada em locações de São Paulo, é uma adaptação da série francesa homônima de 2008. Será dividida em três temporadas, com 6 episódios de 30 minutos cada. E tem sua estréia marcada para o dia 17 de maio, às 23 horas, na HBO e HBO Go.
O elenco se reuniu em videoconferência na manhã desta quinta-feira, através do aplicativo Zoom, para a Coletiva de Imprensa. Representando a GeekBlast na coletiva, você confere como foi, à seguir:
Nas palavras de Roberto Rios, Vice-presidente Corporativo de
Produções Originais da HBO Latin America, a ênfase e a importância, desde a
escolha/concepção, de se “adaptar para algo genuíno brasileiro”. Valores
positivos ao imergir em um universo novo, sob a ótica de Sofia e experiências de
uma mulher que inicialmente era preconceituosa, com seus conceitos morais, conservadorismo e diferenças
sociais.
Reforça que não é uma série “documentária”, que não toma partido
de certo ou errado. Quer mostrar aspectos mais humanos e personagens com seus
tabus. Desnudar quem discrimina.
“Mergulhar de um jeito suave, delicado” complementa Fabiano
Gullane, produtor da série em parceria com a HBO. Para o produtor, os franceses
tratam o tema com “liberdade e amadurecimento”, marcas da história e cultura, e
já no Brasil, há a característica de um erotismo mais aflorado, elementos brasileiros
eram imprescindíveis de serem mostrados e não somente traduzir a série original:
“Acrescentar as diversas camadas da cultura brasileira e seus relacionamentos,
o que torna divertidíssima a série HARD”.
Rodrigo Meirelles, diretor de HARD, em sua segunda série da
HBO e grande comédia, explica que muito diferente da série original, devido ao “o
gap de 10 anos” entre uma série e outra, um pouco da história do pornô no
Brasil, de seu auge até os dias atuais, foi possível de ser contada através do
passado de Alex, que antes de morrer e deixar sua produtora “Sofix” para Sofia,
ganhou muito dinheiro na época áurea da indústria, dos filmes vendidos em
bancas de jornal, das celebridades/sub celebridades da tv e entretenimento protagonistas
dos mesmos, chegando aos nossos tempos, por exemplo, com a adequação ao modelo de sites
gratuitos, o "boom" do sadomasoquismo, fetiches e live chats com atores.
Natália Lage(A Divisão, Vai Que Dá Certo, O Homem do Ano, A Grande Família), que interpreta a protagonista Sofia, fala
sobre traços da personagem “da mulher, mãe em transição, a humanidade, da
mulher conservadora, a repulsa, a curiosidade” ao longo da série e suas
experiências para compô-la, a construção da personagem em leituras, conversas,
em relações para entender este universo:
“Entrar no lugar dela e ter a experiência que ela teve de conhecer pessoas de filmes pornôs, que participaram como elenco de apoio, é um processo lindo de conhece-los atrás de estereótipos”.
“Espero que o público também consiga passar essas barreiras de preconceito, com graça e afeto” – complementa.
Denise Del Vecchio, atriz veterana e
renomada, inicialmente temerosa, também avalia como extremamente enriquecedora interpretar Margot, com
confiança absoluta da personagem -diferente das que comumente interpreta- no
machismo, nos tempos do Alex.
“Gostei da experiência da personagem afirmativa. Assunto que as pessoas tem medo de falar”.
Martha Nowill, que interpreta “Lucia”, e
Fernando Alves que interpreta “Pierre”, destacam a reflexão sobre o machismo.
Martha, que assistiu pornôs feministas como estudo, se viu muito preconceituosa
ao naturalizar o assunto, já que uma de suas primeiras cenas foi bem uma cena de sexo “bem
pesada”, com elenco ambientado. “Sou irônica, despojada, mas me vi muito
conservadora”. Todavia, a experiência serviu para se despir de preconceitos.
“A pornografia é um pano de fundo”. Rodrigo
Meirelles e HARD tem como inspiração para série o filme Boogie Nights, de 1997
e dirigido por Paul Thomas Anderson(Magnólia, Embriagado de Amor), e
que inevitavelmente não poderia escapar da referência, porém quis fugir de
copiar um modelo pronto existente.
Sobre sexo ser um ferramenta de marketing "sexo e o violência
vendem, é histórico" o diretor fala sobre entreter com
sensibilidade e humor. Não usar o sexo de maneira gratuita.
“Há um arco dramático” “Quanto uma pessoa vai se abrir para um novo universo”. “Há diferenças entre a Sofia francesa e a brasileira de classe média”.
Expor realidades socioeconômica e culturais, seus dramas, romances, suas vidas quando não estão expostas ou com câmeras ligadas, parece ser parte da proposta.
Confira o trailer:
E você, conhecia a série original francesa? O que acha de mais essa aposta no tema, da HBO?