Cinema

Crítica: Jexi, um Celular sem – comédia simulacro do filme Cult Her

Comédia brinca com nossos vícios da modernidade


Dos mesmos produtores de Se beber não case e Perfeita é a mãe, filme que por sinal eu adoro, por causa do tema que aborda. Jexi, um Celular sem Filtro é a nova comédia estrelada por Adam Devine, o eterno friend zone guy.



Com estréia em 12 de março o filme pretende fazer uma crítica bem-humorada do nosso vício em tecnologia.



Phil (Devine) é viciado em seu celular, não tem amigos e sua vida amorosa é inexistente. Mas isso está prestes a mudar. Quando ele é forçado a atualizar o aparelho, o modelo mais recente vem com um recurso inesperado: Jexi (voz de Rose Byrne), um sistema de inteligência artificial que se torna companheiro e orientador de Phil. Com sua ajuda, ele começa a viver a vida real. Mas, à medida que se torna menos dependente de seu telefone, Jexi se transforma em um pesadelo tecnológico, determinado a manter Phil sozinho, mesmo que isso signifique arruinar suas chances de encontrar o sucesso.



O filme traz uma reflexão em tom de comédia do estilo de vida moderno proporcionado pela evolução tecnológica e redes sociais, na qual passamos mais tempo compartilhando fotos e distribuindo likes que vivendo. No filme, a existência de Phil é tão superficial quanto os filtros que usa, uma vez que passa mais tempo olhando para a tela do celular que interagindo, se tornou uma socialmente inapta. 

Uma jornada guiada pelo Google Maps


Com o propósito de deixar a narrativa mais engraçada, ou tentar, todos os estereótipos modernos são apresentados um tom acima do aceitável. Assim, temos as startups com seus chefes que acreditam ser o cara mais cool das galáxias, mas que não passam de ditadores usando roupas de domingo. Uma equipe de ilustres desconhecidos e pessoas filosofando sobre a existência, pulando de uma experiência para outra, sem conseguir desenvolver vínculos concretos. É o desfile das experiências espetaculares e vazias que as redes sociais incentivam. 



Talvez a vida fosse mais fácil quando a gente só precisava trabalhar para pagar as contas, se reproduzir e esperar a morte. Hoje é preciso aceitar um salário que não paga todas as contas, morar com os pais até o 30 enquanto busca a realização pessoal, ser sensacional, bem-sucedido, repleto de experiências, viajado, entre outras coisas, que transformaram a vida num reality show, e os terapeutas e a indústria farmacêutica milionários. 
Enfim, o filme faz piada do nosso estilo de vida fotografa, trata e compartilha. Mostrando situações típicas da geração conectada que não tem tempo de desfrutar sua própria existência, pois vive através da tela de seus dispositivos móveis.

Apesar da crítica que faz Jexi, um Celular sem Filtro não é nenhum candidato ao Oscar, é o tipo de filme para ver, rir e esquecer depois. Com algumas situações forçadas e cenas que causam vergonha alheia em alguns momentos. 



Ficha técnica


Título: Jexi, um Celular sem
Título original: Jexi
País: EUA
Data de estreia: 12 de março de 2020
Gênero: Comédia
Classificação: 16 anos
Duração: 84 minutos
Distribuidora: Diamond Filmes
Direção: Jon Lucas e Scott Moore
Elenco: Adam Devine, Alexandra Shipp, Rose Byrne, Ron Funches, Charlyne Yi, Michael Peña e Wanda Sykes



Kika Ernane, Karina no RG, e sou multitasking (agora que aprendi o significado do termo segura). Uma mulher como muitas da minha geração, que ainda não descobriram como aproveitar a liberdade que lutaram tanto para conseguir. Muito menos administrar todas as tecnologias disponíveis. Enfim, estou sempre aprendendo.


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