A não ser que você esteja vivendo debaixo de uma pedra lá na caverna de Platão, com os olhos fechados e sem nenhum tipo de acesso, mesmo que seja um sussurrar de uma calopsita que passou sem querer por aí e decidiu descer no seu calabouço, você deve saber que a Amazon lançou uma promoção que mexeu no bolso de muitos consumidores no Brasil.
E como mexeu o bolso!
A possibilidade de você não ter lido sobre isso no mês que passou é bem remota, principalmente se é assinante do Netflix, YouTube Premium e outros serviços de streaming no Brasil. Por R$ 9,90, a Amazon lançou o seu serviço Prime - que já existe há algum tempo nos EUA, onde, até o presente momento, só apresenta vantagens ao consumidor e tristeza para a concorrência.
Por este valor mensal, ou R$ 89,90 anuais, o cliente da Amazon tem acesso aos seguintes serviços:
Prime Reading: Uma boa quantidade de livros digitais que podem ser lidos através do seu Kindle ou pelo app do mesmo nome tanto no iOS quanto Android;
Prime Music: duas milhões de músicas a disposição, não concorre diretamente com um Deezer ou um Spotify, mas é uma ótima quantidade de músicas;
Prime Video: concorrente direto do Netflix, Hulu, HBO GO e outros serviços de streaming de filmes e seriados, só aumenta a sua biblioteca a cada semana;
Twitch Video: Assinantes do Prime podem ajudar os seus streamers favoritos usando ele, por conta da Amazon e ainda recebe jogos mensais;
E, principalmente, Frete Grátis. Se o produto no site da Amazon tiver o selo Amazon Prime, você pode usar a sua assinatura para receber o produto mais rápido, barato e com frete incluso.
Isto tudo por R$ 9,90 mensais é de mexer com o bolso de qualquer um, principalmente de suas concorrentes diretas, como Submarino, Cultura, Netflix, sendo que esta última não parece estar lá tão incomodada aparentemente.
Netflix caladinha
Eu, como consumidor, achei que a empresa americana iria começar a se mexer, pois, apesar de ser pioneira no mercado de streaming em vários países do mundo, a mesma não deveria se posar de arrogante - ou assim aparenta ser - ao ponto de não soltar um ai para tudo o que está acontecendo ao redor dela.
Será que a Netflix está esperando a Disney+ chegar no Brasil? Nessa espera, a empresa já tomou o primeiro baque, filmes e desenhos da Disney agora estão indo para o Amazon Prime Vídeo, num contrato firmado entre ambas as empresas que durará um ano. A Amazon sabendo da força que a Disney representa ao público brasileiro, esta foi mais que uma aposta acertada, enquanto isso, produções terceiras começam a minguar cada vez mais da Netflix e mais produções da mesma começam a pipocar a todo instante e, sinceramente, quase nada me atrai.
Como consumidor, gosto que tenha ao meu alcance uma variedade de filmes e seriados nos quais eu possa assistir ou baixar quando bem entender - coisa que o Netflix faz diversas restrições, como vários títulos que não podem ser baixados no celular ou tablet e outros que só podem ser baixados 2 vezes ao ano. Se sentir a Coca-Cola não lhe faz ser a Coca-Cola, Netflix!!
E o futuro?
A batalha pelo bolso, e, principalmente o tempo, do consumidor vai ser ferrenha em 2020. HBO estará reformulando o HBOGO para HBO Max, Disney já mostrou que não está vindo para brincar, Amazon está se armando com cada vez mais força e, agora, até a Apple está entrando na brincadeira com o AppleTV+.
Se de um lado essa batalha de gigantes é ótima para nós, os consumidores, de um outro tem um problema MUITO SÉRIO, que é a fragmentação de filmes e seriados nos meus diversos serviços. E lá vamos nós, amantes do cinema e devoradores de seriados, ter de decidir o que assinar ou, no caso extremo, cof cof, voltar a pirataria, cof cof.
Não sei vocês, mas o Netflix está deixando bem a desejar e se mais alguns seriados saírem da grade deles, deixarei o serviço de lado, optando pelo Prime Video e, futuramente, o Disney+ quando o mesmo sair no Brasil.
O que estão achando dessa corrida pelo Streaming? Será que teremos um vencedor nisso ou o consumidor, no final, com a fragmentação, acabará perdendo?