Cinema

Crítica: A favorita - Um triângulo de poder e sedução

Filme traz três mulheres fortes e disputas que vão do poder ao afeto


Todos os anos são feitos filmes pensando especialmente nas premiações, enaltecendo atuações e mostrando a genialidade de algum ator ou atriz e os diretores. Este ano esse filme é A Favorita.


A história envolve três grandes mulheres inglesas. A Rainha Anne, sua conselheira, confidente e amante Sarah Churchil e a prima dela, a traiçoeira Abigail.


Além das atuações de Olivia  Colman, Rachel Weisz e Emma Stone, destacam-se a narrativa, dividida em capítulos, e a fotografia do filme, que tem cenas filmadas com uma lente angular, dando aspecto de olho magico, como se o expectador estivesse espiando os nobres que ali passam.

Olivia faz da Rainha Anne uma mulher que sabe ser dura quando quer, apesar de sua frágil saúde. Ela não deixa que esqueçam quem é a rainha, mesmo que esteja seguindo algum conselho de Sarah. Embora ocupe uma posição de poder, a rainha se deixa levar por suas emoções, tomando decisões no calor do momento e de forma abrupta. 

Enquanto isso, as duas primas travam uma disputa de poder que acaba se cruzando com o afeto da rainha, ambas usam sua influência para conseguir benefícios que julgam bons para si ou para o país, as principais decisões tomadas são fruto das imposições de Sarah, que faz isso baseada exclusivamente em suas convicções, como manter a guerra com a França, que já recuou. Quando desejam tratar de algum assunto do governo, é com ela que os parlamentares falam, para conseguir a atenção da rainha. Com Abigail disputando seu lugar, seus adversários veem uma chance de colocar outra influenciadora perto da rainha, em jogadas como em um jogo de xadrez.


O diretor Yorgos Lanthimos (o mesmo de O Lagosta) trabalha as relações de uma maneira que lembra  o clássico "Ligações perigosas". A trama satiriza a política de uma maneira elaborada, traçando os caminhos de ambição e do desejo de poder pela sedução e os desejos pessoais. O filme traz à luz o lado exagerado dos nobre do século XVIII, mostrando corridas de patos, lagostas e coelhos em contraponto com as cenas de disputa entre os conservadores e liberais. 

O roteiro do filme é um dos seus pontos fortes, com diálogos que fazem uma critica à essa divisão de forma sutil, porém no terceiro ato o filme segue mais pelas relações das três mulheres e acaba perdendo um pouco de força em deixar o expectador interessado.

A Favorita foi indicado a dez Oscars, incluindo Melhor Filme e Direção e não seria nenhuma injustiça se levasse as estatuetas. 

Ficha Técnica


Título Original: The Favourite
Título:  A Favorita
Ano: 2018
Direção:  Yorgos Lanthimos
Data de estreia: 24 de Janeiro de 2019
Gênero: Drama
Classificação: 14 anos
Elenco: Olivia Colman, Emma Stone e Rachel Weisz

Pesquisadora em Têxtil e Moda; cinéfila; Potterhead e lufana. Adora escrever e dar dicas sobre seus filmes favoritos. Amante de boas histórias e personagens femininas que se impõe. Queria ter os poderes da Jean Grey, mas é apaixonada pela Jasmine. Nas horas vagas escreve sobre seus hobbies.


Disqus
Facebook
Google