O filme traz uma grande estrela do pop, Camila (Kéfera), extremamente famosa, mas com uma relação péssima com os jornalistas, que acham suas músicas sem conteúdo e facilmente esquecíveis. Ela encontra pessoas do seu passado e acaba protagonizando um grande barraco em um restaurante.
Quando uma fã misteriosa tem seu pedido de selfie ignorado, Camila acaba apagando e mergulhando em suas lembranças (lembrou-se de algum filme?). Essa formula de regressão no tempo para que a protagonista aprenda algo com seu passado não é nova, sendo muito utilizada em filmes gringos. A diferença é que, desta vez, o cenário do ensino médio é muito mais próximo da nossa realidade.
Não parece, mas 2004 não faz tanto tempo assim, as lembranças estão frescas e, ao mesmo tempo, já
se tornam nostálgicas. Revê-las traz um sentimento de nostalgia e pode reviver memorias engraçadas.
Camila pede ajuda de seu amigo, Cabeça (João Cortês), para voltar para sua gloria e fugir do período de bullying. Ela acha que para voltar para 2018 precisa assumir sua atual “eu”.
Claro que essa ideia é furada, mas rende bons momentos da valentona, interpretada por Giovanna Lancelotti, sendo feita de besta e um sentimento de justiça feita a qualquer um que tenha sofrido bullying no ensino médio.
Quando Camila finalmente entende quem é, o filme passa uma mensagem de aceitação e do que realmente é ter sucesso e ser feliz.
É um ponta pé interessante da indústria nacional de cinema para comedias de ensino médio sem uma cara tão infantil como Tudo por um pop star, por exemplo. Com uma vibe Todas contra John e Ela é demais, o filme tem potencial para alcançar adolescentes e o publico de jovens adultos, que se identificarão com as tecnologias mais antigas.
O longa peca um pouco na linguagem, que não parece condizer com o publico mais jovem que deseja alcançar, mas a trilha sonora pré 2004 é nostálgica e bem escolhida, uma vez que música é o plano de fundo do filme. No entanto, a musica final poderia ser original igual a da abertura.
A protagonista interpretada por Kéfera é estereotipada quando está em seu lado mais metido, mas sua eu "diferentona" é bem curiosa e poderiam ter aprofundado um pouco mais no que a faz ser tão diferente das meninas populares, além do cabelo, mas ela foi uma excluída crível.
Um bom filme para assistir nas férias com os amigos e relembrar 2004 ou aguardar para ver em casa em uma tarde no lugar de mais um filme com lideres de torcida.
Ficha Técnica
Título: Eu Sou
Mais Eu (Original)
Ano: 2019
Direção: Pedro Amorim
Data de estreia: 24 de Janeiro de 2019
Classificação: 10 anos
Gênero: Comédia Nacional
Elenco: Giovanna Lancellotti João Côrtes Kéfera
Buchmann Arthur Kohl Flávia Garrafa Marcella Rica