Pantera Negra é um grande fenômeno de bilheteria, não só no gênero de super-heróis como no cinema em geral, estando entre os 15 filmes de maior arrecadação de todos os tempos. Esse sucesso todo também vai além do gênero de super-heróis: esse filme nos ensina sobre cultura, sobre história e, principalmente, sobre a importância da representatividade. E a representatividade está até nos menores detalhes, como, por exemplo, o sotaque do protagonista, o
Rei T'Challa, o
Pantera Negra.
A história do filme se ambienta majoritariamente em
Wakanda, uma nação africana e, por causa disso,
T'Challa e muitos outros personagens têm um sotaque que não estamos acostumados a ouvir nas grandes produções hollywoodianas, marcadas principalmente pelo sotaque norte-americano ou britânico.
T'Challa fala com o sotaque da língua
Xhosa, conhecida nos meios linguísticos pelos chamados "cliques", fonemas que sobreviveram ao tempo e estavam presente nas primeiras línguas da humanidade. A importância de incorporar esse sotaque a uma mega produção como
Pantera Negra, contudo, foi subestimada nos primeiros estágios da criação do filme.
Em entrevista ao
The Hollywood Reporter,
Chadwick Boseman, o ator que deu vida a
T'Challa, comentou que a
Marvel pretendia deixar o protagonista com um sotaque norte-americano ou britânico porque, segundo ele, "eles pensaram que isso talvez fosse demais para o público".
Boseman continua: "Eu senti exatamente o oposto - quer dizer, se eu falasse com um sotaque britânico, o que aconteceria quando eu voltasse para casa? Foi decepcionante. Então eu falei 'não, isso é um fator importante que, se nós perdermos agora, o que mais nós iremos jogar fora somente para deixar as pessoas confortáveis?'". A aposta com certeza era arriscada, já que, nessa mesma entrevista,
Boseman também comentou que "Ryan [Coogler, diretor de Pantera Negra] e eu sempre competíamos sobre qual carreira estaria acabada se o filme não desse certo".
Pantera Negra estreou em fevereiro de 2018 e contou com nomes de peso no elenco, como
Lupita Nyong'o,
Forest Whitaker,
Danai Gurira e
Michael B. Jordan. Nossa crítica pode ser lida
aqui.