Se me pedissem para definir o que foi o episódio dessa última quinta feira 10 de Grey's Anatomy, intitulado Cold As Ice, eu certamente usaria as frases Life Changes In A Heartbeat (A vida muda no pulsar do coração) e Let The Healing Begin (Que a cura comece), ambas usadas nos pôsteres de divulgação da já agora longínqua sétima temporada desse mesmo drama. De certa forma, é engraçado como todos nós fomos enganados quanto a esse episódio. Pensávamos que seria uma tragédia, mas a vida está sempre mudando.
A promo de divulgação,as fotos dos bastidores, tudo nos levou a crer que a morte seria o fim de April Kepner, o que levou os fãs a loucura, chegando até mesmo a atacar outros atores da produção nas redes sociais, como Kelly McCeary, devido ao recente envolvimento amoroso de sua personagem, Dra. Maggie Pierce, com Jackson Avery, antigo par romântico e pai da filha de Kepner, interpretado pelo Jessie Williams, levando a própria Sarah Drew a pedir em seu Twitter que parassem com isso.
Foi um ataque sem a menor necessidade. A mesma Maggie que foi/continua sendo atacada foi a responsável por salvar a personagem da Sarah Drew de uma morte certa por hipotermia orientando os internos e atendentes e insistindo em usar o desfibrilador várias vezes seguidas durante a cirurgia quando todos começaram a achar que ela tinha ido e nada mais podia ser feito.
Depois disso, ainda tivemos mais duas cenas que certamente conseguiram fazer o coração de qualquer fã partir. A primeira foi ver todos os atendentes e residentes no leito da personagem, esperando algo acontecer. Qualquer coisa acontecer. Foi algo tão simples mas com um peso dramático grande para os fãs de longa data por muitos já terem visto tais situações (como no final da 5ª temporada, com George e Izzie, e no sétimo, com Callie ainda grávida de Sophia).
A segunda cena foi uma cena que vai ficar para a história de Japril, nome dado ao shipp entre Jackson e April. Com uma atuação convincente, brilhante até, Jesse Williams arrancou lágrimas minhas ao mostrar um Jackson desesperado, aos prantos, implorando para Deus que deixasse April viver. Desde a cirurgia até aquele momento, as brigas, o divórcio, as crenças (ou a falta dela, no caso do Jackson), os rumos que ambos tomaram em suas vidas amorosas, nada mais importava.
E é aí que entra a seguna frase do começo do texto, Let The Healing Begin (que a cura comece). Temos que deixar a cura surtir efeito, aceitar a situação de que o season finale terá nas últimas cenas do casal. É difícil, até porque, só pelo vídeo abaixo, percebemos o quão forte é a química entre os atores, mas, por bem ou por mal, teremos que deixar partir.
Saindo do drama principal do episódio, vemos o destino de Arizona se tornar mais real. Trazer de volta Geena Davis como Nicole Herman, a mesma doutora que tinha um tumor cerebral, uma expectativa de somente 6 meses de vida e submeteu Robbins a um curso intensivo de cirurgia fetal às custas do casamento com a Callie e sua relação com Sofia na 11ª temporada, foi algo aceitável por ter sido algo cabível, por ter se encaixado perfeitamente com o destino final da personagem, além de ter dado mais uma camada a Amelia, que, felizmente, não foi esquecida aqui.
Desde a 12ª temporada que a personagem de Jessica Capshaw não tinha uma presença marcante, tirando o arco do divórcio na reta final e sobreviveu a duas temporadas de romances mal resolvidos. Vê-la sair para Nova York sem ter que mudar de ramo, tendo a filha, a ex-mulher (por favor, volta Calzona) e agora uma amiga/parceira de negócios para expandir para todo o país o carrinho de parada salvador de grávidas (que seria algo incrível se existisse) é bem satisfatório.
Esquerda: Arizona Robbins / Jessica Capshaw. Direita: Nicole Herman / Geena Davis |
Em relação à Amelia, foi importante a volta de Herman para fechar essa relação entre as duas. Amelia, ainda sob o efeito do tumor cerebral que só foi descoberto no começo dessa temporada, teve a ideia de fazer a cirurgia que salvou a vida da ex-cirurgiã, mas a deixou cega. Herman era um peso para Sherpherd. Era a lembrança viva de uma decisão louca, tanto lá no ano 11 como agora, que ela tomou, por isso que a paranoia e o medo de que o tumor da Nicole tenha voltado era totalmente justificável por ser algo totalmente real. Ainda bem que deu tudo certo e a personagem de Caterina Scorsone conseguiu tirar esse peso das costas.
No mais, foi um episódio acima da média da temporada (embora não precise de muito para atingir esse feito). Foi um drama que estava bastante em falta nesse ano. Só queria que tivessem vindo com esse drama alguns episódios antes. Bem, agora é esperar pelo season finale, centrado no casamento de Jo (Camilla Luddington) e Alex (Justin Chambers), que será exibido nessa quinta feira 17 nos EUA. E como todos nós já estamos carecas de saber, trantando-se de Grey's Anatomy, tudo pode acontecer em um fim de temporada. Até lá.
(Já vem a noiva, toda de branco. Se não tiver morte, vou estar muito feliz)