Wally West original de volta (Acerto):
Sumido durante todo o período pós-Ponto de Ignição, Wally West, o terceiro Flash e o Kid Flash original foi central na saga que iniciou o Renascimento. Popularizado pela animação da Liga da Justiça, Wally chegou a ser mais popular que o próprio Barry Allen durante seu período como corredor escarlate. Apesar disso, o ruivo foi substituído por um outro Wally West, o atual Kid Flash, mais jovem, com relacionamento mais distante de Iris West e filho do então Flash Reverso.
Apesar da breve confusão no início de Renascimento, Barry reforçou que o Wally original era um Flash e agora os três velocistas têm uma das tramas mais interessantes da editora nesse período.
O arco de Tim Drake (Erro):
O Robin favorito daqueles que cresceram nos anos 90, Tim Drake chegou a ser considerado o substituto ideal caso Bruce Wayne pendurasse a capa. O terceiro menino-prodígio teve sua própria revista, liderou duas equipes diferentes dos Novos Titãs e chegou a se tornar o Robin Vermelho quando Damian Wayne surgiu para substituí-lo como parceiro do Batman. O protagonismo continuou em Novos 52, mas, com o Renascimento, tudo foi por água abaixo.
Tim ficou refém durante quase um ano do Senhor Oz, sendo dado como morto e desaparecendo por completo de quase todas as revistas do Marcegão, retornando apenas recentemente a Detective Comics e dando lugar a Damian na liderança dos Novos Titãs. Essa ausência foi sentida, com diversos fãs criticando o tratamento que a editora deu a um dos personagens mais queridos dos últimos 20 anos.
Bat-revistas (Acerto):
Com apenas duas ressalvas (uma acima e a outra a seguir), as revistas estreladas por Batman, Asa-Noturna, Capuz-Vermelho e Batgirl superaram as expectativas (que nunca são baixas). Detective Comics, por exemplo, começou com uma equipe formada por ex-ajudantes do Cavaleiro das Trevas como Salteadora, Orfã e Robin Vermelho, além do vilão recuperado Cara-de-Barro, liderados por Batwoman. Mesmo com grande presença, o Batman deixa os holofotes da revista e se torna um mero coadjuvante para os outros heróis.
Já Batman, Cavaleiro Branco, Batgirl, Asa-Noturna e Capuz-Vermelho e os Fora-da-Lei estão em seus melhores momentos editoriais, com roteiros e desenhos belíssimos. A minissérie Cavaleiro Branco, que mostra um Coringa regenerado conquistando Gotham por meio da política, é o queridinho dos fãs, enquanto a revista principal do Batman, escrita por Tom King, tem conquistado a crítica especializada.
Cavaleiros das Trevas: Metal (Erro):
Segundo erro envolvendo o Batman, o arco Cavaleiros das Trevas: Metal começou extremamente interessante, mostrando Bruce Waynes de universos alternativos se fundindo com outros heróis (além dos vilões Coringa e Apocalypse) antes de invadir o universo regular da DC. Ao longo das edições, porém, a fórmula foi se desgastando e os atrasos constantes no lançamento da revista deixam a história obsoleta, já que absolutamente todas as revistas da editora já passaram pelo evento e até mesmo o citam quase como um passado distante. Os tie-ins da história, aliás, são infinitamente mais interessantes que o volume principal.
Titãs e Novos Titãs (Acerto):
Os dois grupos de jovens heróis da DC agora convivem em duas revistas separadas (e eventuais crossovers). Titãs mostra o grupo original formado pelo primeiro Robin (Asa-Noturna), Moça-Maravilha (Troia), Sina, Kid-Flash original (Flash III), Ricardito (Arsenal) e o primeiro Aqualad (Tempest). Assim como o retorno de Wally West, a reunião da equipe original foi central para o inicio desta nova fase da editora, com o Flash contando com os velhos amigos para se restabelecer no mundo após ficar preso na Força da Aceleração.
Já Novos Titãs, que tem Estelar, Mutano e Ravena daquela formação criada por Marv Wolfman, tem ainda o reforço do Robin atual, o Aqualad introduzido nos Novos 52 e o novo Kid Flash. O grupo jovem continua com os problemas das encarnações anteriores, como romances, hormônios e batalha de egos de jovens heróis tentando mostrar serviço. Para subir a tensão, o próprio Batman exige um relatório de cada missão realizada pela equipe.
Aves de Rapina (Erro):
Batgirl e as Aves de Rapina tem um problema muito grande: ao invés de colocar a dinâmica da equipe feminina em destaque, a DC foi na onda da popularidade da Batgirl e a fez dominar o título quase por completo, o que deixou a revista basicamente apenas como uma alternativa de segunda categoria para a revista principal de Barbara Gordon.
O carisma inegável de Canário-Negro e Caçadora não aparece em nenhum momento na revista e as duas não passam de manifestações de esteriótipos femininos teen. Aparentemente, não fui só eu que pensei isso, já que a DC decidiu cancelar a revista do grupo.
Superman e Action Comics (Acerto):
O principal acerto da DC durante o Renascimento é, com certeza, o tratamento dado ao Superman. As duas revistas principais do Azulão estão ótimas e tendem a melhorar com a chegada de Brian Michael Bendis. Talvez o único grande trunfo dos Novos 52 (e um trunfo extremamente tardio), o retorno do kryptoniano mais velho, além de seu casamento com Lois Lane e sua relação com o filho Jon, são uma homenagem aos grandes momentos do herói e eleva o personagem de volta ao posto de principal herói da DC, destronando o amigo de Gotham City.
Apesar de não ser destaque, a revista da Liga da Justiça merece uma menção honrosa, mostrando um grupo mais humano, com as amizades entre os heróis e a liderança de Clark recebendo o destaque que faltava durante a era pós-Ponto de Ignição.
Outras Super-revistas (Erro):
Enquanto as principais revistas do Super mostram originalidade ao mesmo tempo em que homenageiam a era clássica da DC, volumes como Novo Superman, Super Filhos, Supergirl e Liga da Justiça da China parecem versões recicladas e, as vezes, até sátiras de volumes melhores. Nascidas para trazer maior representatividade na DC, Novo Superman e LJC parecem infantilizar as aventuras de duas das maiores publicações da editora e, ao invés de ter qualquer efeito positivo, como os casos de Miss Marvel, Miles Morales e Luke Cage na Marvel, ou mesmo Batwoman da própria DC, a revista joga fora a oportunidade de fazer algo único com os novos personagens.
Já Super Filhos e Supergirl são apenas cópias de baixa qualidade de Novos Titãs e Batgirl, este, possivelmente, o melhor volume deste início do Renascimento. Enquanto a revista de Jon Kent e Damian Wayne explora temas muito semelhantes aos do supergrupo, Kara Zor-El passa por eventos não apenas parecidos com os da amiga Barbara, mas, pior ainda, histórias muito menos interessantes que as retratadas na série da CW. Não a toa, as duas publicações também já têm data para acabar.
Lanternas-Verde (Acerto):
Vamos terminar em alta: a DC acertou em cheio ao perceber que a popularidade do manto de Lanterna-Verde não foi afetado pela desgraça cinematográfica de 2011. Aliás, muitos se viraram para os quadrinhos para uma desintoxicação total daquele pesadelo em computação gráfica. Pensando nisso, Renascimento viu duas grandes revistas dos policiais intergaláticos ganharem destaque (e dois lançamentos por mês). Enquanto Lanternas-Verde mostra dois novos membros da patrulha aprendendo a lidar com seus novos poderes e responsabilidades, Hal Jordan e a Patrulha dos Lanternas-Verde retrata, obviamente, o mais famoso dos lanternas atuar ao lado de outros terrestres populares como Kyle Rayner, John Stewart e Guy Gardner (ok, talvez ESTE não seja tão popular assim). Sinestro e Kilowog, personagens frequentes na vida da Patrulha, também tem participações recorrentes e divertidas na série.
E você? Está acompanhando o Renascimento DC? Quais revistas você mais gostou até agora? E qual a grande decepção desta nova fase?