Livros

GeekBlast entrevista: Eduardo Spohr, autor de "A Batalha do Apocalipse"

Entrevistamos o autor nacional responsável pela saga literária dos anjos.

Dando continuidade para a nossa série de entrevistas falamos hoje com o escritor Eduardo Spohr, responsável pelos livros A Batalha do Apocalipse e a trilogia Filhos do Éden. Tendo publicado recentemente o livro Filhos do Éden Universo Expandido, o autor falou com a gente sobre suas inspirações, o início de carreira, mercado independente nacional e muito mais.


GeekBlast: "A Batalha do Apocalipse" e a trilogia Filhos do Éden são grandes épicos de fantasia e eu imagino que para escrever livros nesse gênero você consumiu muitas obras nesse estilo entre livros, jogos, filmes e etc. Quais foram suas principais inspirações e como foi sua introdução nesse mundo de fantasia? Você acha que os seus livros são uma boa porta de entrada para quem desconhece o gênero?

Eduardo Spohr: Duas em especial são as principais: a série de filmes Anjos Rebeldes e os quadrinhos da Vertigo (DC Comics), como Hellblazer, Preacher, Sandman e Livros da Magia. É claro que, além disso, eu tive muitas influências, de várias mídias. Por exemplo, as lutas angélicas foram certamente inspiradas no anime Cavaleiros de Zodíaco. Os monstros dimensionais tem alguma coisa de Lovecraft e a questão imortalidade dos personagens sem dúvida veio dos livros da Anne Rice. A miscelânea de entidades e deuses nasceu a partir da leitura dos romances de Neil Gaiman. Mas há muito mais referências, que seriam impossíveis ser citadas todas aqui.
Hellblazer da Vertigo foi uma das inspirações para as obras do autor.
GB: Você e o Leonel Caldela me fizeram acabar com um pré-conceito meu há alguns anos, que antigamente era muito comum, mas hoje em dia parece estar menor: o brasileiro achar que só é bom o que vem de fora. Quando eu li O Inimigo de Mundo e A Batalha do Apocalipse me assustei com a qualidade e ao indicar os livros para os amigos, muitos não liam só por ser nacional, já rotulando de ruim. Minha tática foi enganar as pessoas só revelando que vocês eram autores nacionais depois que eles terminavam a leitura. Como foi para você o início de carreira, precisar se promover tendo essa barreira? Ou isso não foi um problema para você?

ES: Terminei de escrever A Batalha do Apocalipse em março de 2005 e decidi enviar o original para as editoras. Para causar uma boa impressão, rodei 30 exemplares em formato de livro mesmo (com capa e miolo) em uma gráfica que imprimia pequenas tiragens: a Fábrica de Livros do Senai, no Rio. Na época, a Fábrica estava com um concurso: era preciso deixar três exemplares para avaliação e o vencedor ganharia 100 livros produzidos por eles. Eu tinha pouco dinheiro e não poderia dispensar três livros dos 30 que tinha pagado, mas mesmo assim resolvi arriscar e acabei premiado. Esses primeiros 100 livros (adquiridos a custo zero) foram comercializados em 2007 pela NerdStore, a recém-inaugurada loja virtual do site Jovem Nerd. As cópias venderam todas muito rapidamente, e usamos o dinheiro para produzir mais 500 livros, que também foram vendidos em menos de 2 meses.
A jornada não acabou por aí. Tendo vendido, em setembro de 2007, 600 cópias pela internet, eu achava que tinha um grande case [risos], e tentei vender a ideia para as editoras, mas nenhuma se interessou, nem as pequenas. Foi só em 2009, quando fizemos uma segunda tiragem de A Batalha do Apocalipse pela NerdStore (agora produzindo 4.000 cópias), que a repercussão nas redes sociais chamou a atenção da editora Verus, que recentemente fora comprada pelo Grupo Editorial Record. Tive uma reunião com a Raissa Castro, que até hoje é minha editora, e assinamos o contrato. Em 2010, enfim, A Batalha do Apocalipse foi lançada pelo Grupo Editorial Record e distribuída nas livrarias de todo o Brasil.
Capa do primeiro livro de Eduardo Spohr.
GB: Hoje em dia com a internet a quantidade de autores nacionais que surgem e podem lançar um livro é muito maior, seja por financiamento coletivo, mídia digital, e-books e etc. Como você vê o cenário hoje em dia? Está mais fácil que antes?

ES: Melhor do que nunca. O curioso é que a internet, em vez de afastar as pessoas dos livros, acabaram por aproximá-las do hábito da leitura. Blogs literários, redes sociais especializadas (como o Skoob) e mesmo as comunidades sobre livros nas redes sociais comuns estão reunindo pessoas e divulgando obras. E eu espero que o interesse pela literatura cresça cada vez mais.
Os livros da trilogia Filhos do Éden.
GB: No livro Filhos do Éden Universo Expandido você dedica um capítulo só para fanfictions, com dicas para escrever, criar personagens, criar tramas e etc. Você já pensou em criar um espaço específico para os leitores publicarem suas fanfictions e procurarem algumas para ler?

ES: Sim. Estamos trabalhando em um site bacana que vai incluir tudo isso.
O livro que expande o universo da franquia.
GB: Pensando no futuro, o que está vindo de novidade por ai, você pretende se aprofundar ainda mais no universo de A Batalha do Apocalipse ou pretende se aventurar por novos mundos?

ES: Aguarde e confie ;-)
Como diria o Didi...
Para quem se interessou pelas obras do autor pode adquiri-las nas principais livrarias.

Se você é amante de literatura fantástica, ou pretende começar a se aventurar nesse tipo de literatura, os livros de Eduardo Spohr são ótimas pedidas, seja por A Batalha do Apocalipse, volume único que conta a saga do anjo Ablon no decorrer dos séculos até culminar no apocalipse, ou então pela trilogia Filhos do Éden, onde um grupo de anjos de diferentes castas precisa realizar uma missão tida como impossível. Se quiser se aprofundar mais no universo dos livros a melhor leitura para você seria o recém lançado Filhos do Éden Universo Expandido.

E você, já conhecia as obras do autor? O que acha dos livros? Comente!

Uma pessoa que tentou ser ninja, samurai, power ranger, detetive consultor e mosqueteiro, mas quando percebeu que não conseguiria ser nada disso se tornou um professor de matemática amante de livros, quadrinhos, cinema, seriados, games e mais coisas que muitas pessoas consideram inútil, inclusive a matemática.


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