Lançado no final de 2016, '
Mercy' é a aposta da
Netflix no mundo cinematográfico com o gênero de terror / suspense. Com a participação de artistas não tão conhecidos do público e divulgação de causar inveja nas demais produtoras, a empresa de
streaming teve um grande problema de mira: queria acertar nas reviravoltas surpreendentes, mas atinge em uma produção com roteiro confuso e final forçado.
Atenção! O texto contém spoilers.
Logo de início somos apresentados a uma triste realidade: quatro irmãos são forçados a retornar para casa, pois a mãe está extremamente doente e com os dias contados. Ao que tudo indica, não há cura para a doença da matriarca, contudo um médico visita o pai da família e pede que ele acabe com o sofrimento da amada, fornecendo-o uma maleta com substância injetável. A montagem dá a entender que trata-se de um caso de eutanásia.
Os quatro filhos e o pai discutem entre si pela herança da mãe. Todos aguardam o pior: o dia em que ela irá falecer. No entanto, acontecimentos inesperado demonstram que apesar de doente, a mãe pode ser uma das últimas a falecer.
Sem maiores explicações, somos apresentados a um roteiro desconexo. Não há uma linha temporal a ser seguida. A cada momento seguimos um personagem que está em um ponto diferente da casa e em linha temporal distinta - que apenas se encontram no final do filme, onde é recontada em tempo real.
O filme tenta emplacar o sentimento de claustrofobia com cenas silenciosas e cenários com poucos detalhes, que precedem os ataques. Contudo, falham tanto quanto um filme de terror b, que aposta as fichas no 'pulo do gato' para assustar ao telespectador. As investidas seguidas com a mesma fórmula falha para assustar promove cansaço ao telespectador. O filme, de apenas uma hora e meia de duração, passa a sensação de durar mais que uma maratona de
Senhor dos Anéis - mas sem os momentos empolgantes.
Apesar da fotografia impecável e paisagens naturais de dar inveja a qualquer outro filme do catálogo, a Netflix erra feio ao promover um filme que começa sem explicação e termina sem prestar esclarecimentos. A sensação que fica é da tentativa de criar um filme cult, mas que julga a inteligência e testa a paciência do telespectador.
Mercy promove uma imersão enfadonha a um universo que deveria promover o terror, mas acerta no tédio. A produção, definitivamente, é aquela sujeira na sala da Netflix que varremos para baixo do tapete para tentar salvar a reputação.