Dan Stevens como David Haller |
Ao longo da estreia, conhecemos Syd (Rachel Keller), interesse amoroso de David no manicômio, que, num primeiro momento tem fobia de toque, Lenny (Aubrey Plaza), parceira de drogas e melhor amiga do protagonista, além de alguns membros da instituição.
Embora seja completamente diferente das atuais séries de superpoderes, Legion não deixa de beber da mesma fonte das coirmãs. A inocência de David em acreditar que realmente é esquizofrênico lembra Kara de Supergirl, enquanto Melanie Bird (Jean Smart), responsável por resgatar e acolher mutantes, mostra um quê do primeiro Harrison Wells de Flash.
Não pode tocar: David e Syd "de mãos dadas" |
Ainda assim, a narrativa pouco linear e a intensidade das atuações elevam Legion a outro tipo de série, com até mesmo os momentos cômicos tendendo a ser desconfortáveis, tudo porque sentimos que somos nós os interrogados pelo agente interpretado por Hamish Linklater.
É só na segunda metade da estreia que a palavra “mutante” aparece, junto com um respiro de familiaridade. Com ela, percebemos poderes e voltamos a acreditar naquele universo criado em 2000 por Bryan Singer e companhia.
O segundo episódio, estruturado da mesma forma confusa e esquizofrênica da première, serve para nos reintroduzir de vez neste mundo, explicando poderes e personagens, mas sem perder a tensão que faz de Legion uma série única no universo dos quadrinhos, superando, até mesmo, as aclamadas parcerias entre Marvel e Netflix.
Artisticamente, Legion é um respiro necessário para a enxurrada de superpoderes que invadiram a televisão americana, diferente em quase todos os sentidos, mais intensa em todos os momentos. Se a FOX mantiver a qualidade, Legion pode tapar o buraco de Game of Thrones, que chega às suas últimas temporadas. Caso contrário, podemos ter em mãos mais uma Firefly.
Legion é exibida no Brasil pelo FX, às 22:30, toda quinta-feira, com um dia de diferença para os EUA. A primeira temporada terá 8 episódios.