Cinema

Crítica: 12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição (The Purge: Election Year)

Prepare-se para agarrar a cadeira onde está sentado e tremer de medo!



















Terceiro filme da franquia "The Purge", conhecido no Brasil pelo título de "Uma Noite de Crime", estreou em julho nos cinemas norte americanos. Em terra tupiniquim tem lançamento previsto para dia 15 de setembro. Contudo, nós já conferimos o título e trazemos todas as novidades para você!

Spoiler Alert! Este texto contém trechos que revelam acontecimentos do filme!

Quem já conhece a franquia The Purge sabe o que esperar: muita morte, sangue e violência - tudo sem nenhuma punição. A trama se baseia no mesmo sentido que os dois filmes anteriores: durante 12 horas os Estados Unidos celebram o dia de purificação, onde todos os tipos de crimes - incluindo homicídio - são permitidos. A premissa é de que quando as pessoas liberam o extinto animalesco dentro de si cometendo estes crimes durante as doze horas, o resto do ano estará livre dos crimes.

O primeiro filme "The Purge", contou o caso de uma família que é atormentada por pessoas que querem invadir a casa para matá-las. Já "The Purge: Anarchy" conta a história de um homem que quer vingança pela morte de seu filho e sai durante essa noite para caçar e matar os responsáveis. O terceiro longa metragem, "The Purge: Election Year" tem uma proposta mais política.

Exatamente por ter um cunho um pouco diferente dos demais, a Universal Pictures do Brasil resolveu traduzir o título diferente. Apesar dos dois primeiros filmes serem chamados de "Uma Noite de Crime", este ganhou o título de 12 Horas para Sobreviver: O Ano da Eleição. Ou seja, conforme a mudança do título sugere, não é necessário assistir aos filmes anteriores para entender.

Dessa vez somos apresentados ao ex-policial Leo Barnes (Frank Grillo). A história dele é contada no segundo filme, onde mostra o seu trauma ao perder um filho. Contudo, logo no início do longa metragem suas motivações são explicadas e o novo trabalho revelado: segurança particular da Senadora Charlie Roan (Elizabeth Mitchell).

Estamos há 20 dias das eleições presidenciais e é exatamente o dia de purificação. A Senadora Charlie é candidata e em seu plano de governo afirma que a Casa Branca está usando, por anos, a noite de purificação para matar pessoas do subúrbio e que dão gastos ao Estado, tirando assim custos e obrigações da agenda política. Para ela, a noite de purificação é sem sentido e deve ser extinta. Do outro lado, o candidato a reeleição está favorável a continuação das 12 horas de crime.

Ambos tem motivações pessoais para esta luta: do lado "maléfico", defendem que a continuação da noite de purificação ocasionará a uma queda de crimes no país e também o poder do governo de "silenciar" aqueles que o incomodam, sem ter que pagar por isso. Já do lado da Senadora, há 20 anos ela foi vítima de um assassino que amarrou toda a sua família e matou um a um, deixando-a viva. Após isso, ela prometeu acabar com a noite de extermínio e envolveu-se na política.

Com mais de vinte anos em vigor, a noite de purificação chama a atenção. O filme demonstra que pessoas do mundo todo estão viajando para os Estados Unidos apenas com o objetivo de participar da noite mais violenta do país. É mostrado também o outro lado: as pessoas humildes que clamam pelo fim daquela noite, pois não podem pagar pela própria segurança. Com a crescente onda da popularidade da Senadora, o Governo toma uma medida brusca: pela primeira vez os políticos e agentes governamentais poderão ser vítimas de qualquer crime.

Após todo o embate político, a Senadora vai para casa acreditando estar segura, mas é traída por um dos agentes federais que libera o acesso de assassinos para matá-la, forçando ela e Leo irem para a rua, desprotegidos, na pior noite de suas vidas.

Apesar da mudança de enredo principal, o filme ainda destaca as ações violentas da população em cenas tensas de tirar o fôlego. Algumas beiram a psicopatia, o que nos leva ao riso nervoso. Exemplo disso é a cena de uma moça dançando ao redor de uma árvore onde ela pendurou e matou diversas pessoas enforcadas. Outra cena emblemática é de uma senhora cantando uma canção de ninar sentada em um banco da praça enquanto observa o corpo do marido pegar fogo na sua frente.

Apesar de todas as cenas de terror e pavor, não são os efeitos especiais e as mortes a sangue frio que arrepiam. O que nós lembramos, ao entardecer após assistir ao filme, não são dos horrores retratados, mas sim da inquietude dentro de nós mesmo ao sabermos que algo assim é possível um dia se tornar realidade.

As atuações de Elizabeth como Senadora e Frank como Leo são o destaque do filme onde demais atores e atrizes deixam a desejar. Há alguns furos no roteiro, mas que não incomodam ou atrapalham o desenrolar do filme. Contudo, uma pergunta fica no ar - talvez propositalmente: logo de início vemos como um flash a lembrança da Senadora durante a noite em que ela é feita refém com a família. O assassino pede para que ela escolha quem será o único sobrevivente. A cena é cortada, deixando-nos com a dúvida: o psicopata fez ela escolher alguém apenas para ter o desejo de fazer ela assistir a morte de quem escolheu além dos demais membros da família? Ou o passado a política não é tão limpo quanto prega, tendo ela escolhido a si mesmo para sobreviver?

A trilha sonora é um destaque a parte. Com música envolvente intercalando com canções tenebrosas, o filme cria uma experiência perturbadora.

Confira o trailer:


Apesar de ser anunciado como o último filme da franquia, o final deixa uma ponta aberta para continuações. Só o tempo irá dizer se The Purge ganhará um quarto filme ou não. The Purge: Election Year conta ainda com Mykelti Williamson, Joseph Julia Soria, Betty Gabriel e Kyle Secor. A direção é de James DeMonaco, responsável também pelos dois filmes anteriores.

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