Águias gigantes, feitiços e uma escola de magia com um diretor Elfo. Com entusiasmo e riqueza em detalhes, a brasileira Ana Lúcia Merege nos apresenta a Castelo das Águias, o primeiro romance da saga de Anna de Bryke, publicado pela Editora Draco.
Não há tempo o suficiente para respirar. Antes de você perceber, já está envolvido. E cercado. Por todos os lados estão as imensas águias prestes a atacar. Anna de Bryke está ali, a protagonista cercada com um fim incerto: seria aquele o fim de sua recente história? Vilões e mocinhos se apresentaram. Não há para onde correr e nem como se esconder: a morte parece certa.
Viramos a página e o coração se acalma. A cena de perigo, embora inacabada, não está mais ali. Mesmo assim uma certeza é irrefutável: voltaremos a ver aquela cena e, da próxima vez, não haverá mais tempo para acalmar os ânimos. O fim está próximo.
Em O Castelo das Águias, após o começo de tirar o fôlego, somos apresentados devidamente a Anna de Bryke, de origem distante. Ela é convidada pelo diretor da escola de magos de Athelgard a assumir a vaga de professora de sagas. Com pouca auto-confiança e sem saber ao certo como poderia ser útil para a formação dos jovens talentos, Anna aceita o cargo.
Ao chegar em Athelgard, a protagonista percebe que há muitos outros motivos de preocupação. Além de ministrar aulas sem nenhuma indicação de como proceder, há ainda o contexto político da região que questiona o poder da escola de cuidar de águias. A princípio as aves parecem comuns, mas com um passe de mágica e interação com magos, elas tornam-se armas letais.
A questão política ambienta todo o livro. Líderes das cidades vizinhas intercalam-se entre aliados e inimigos. Alguns, em determinado momento, são incertos e mudam de lado. Todo o cenário é hostil no campo de alianças e incertezas políticas.
Ana Lúcia Merege, autora de "O Castelo das Águias" |
A forma como a trama é criada e detalhada é um show a parte. Apesar da quantidade densa de informações e conteúdo dentro do livro (um universo completamente novo, descrição de cidades e de um grande mapa do mundo como ele é, diversos personagens e motivações) a leitura não é confusa nem cansativa. É extremamente fácil e prazeroso terminar as quase 200 páginas do livro.
O final, é claro, é o retorno ao início, mas agora sabemos quem são aquelas pessoas que ali estão e quais são suas motivações e ações que levaram até aquela consequência. Mesmo assim a cena não fica menos empolgante, pelo contrário: seguramos a respiração e lemos com voracidade cada linha.
A saga possui dois outros livros lançados pela Editora Draco: A Ilha dos Ossos e A Fonte Âmbar. Todos disponíveis para venda tanto na versão física quando na versão eBook.