“Dexter” estreou no canal americano Showtime em 2006. Desde então, acumulou mais de 100 prêmios, inclusive um Globo de Ouro pela atuação de Michael C. Hall como protagonista
Todos sabem que decidir acompanhar um seriado é algo (muito) sério, pois você terá que dedicar um bom tempo de sua vida para isso… Pra te ajudar em uma decisão delicada como esta, aqui estamos nós do Geekblast novamente!
No Blast from the Past de hoje, traremos um seriado aclamado do ano de 2006 - cheio daquela tensão toda especial que só uma trama policial pode proporcionar... Sabe aquela série que todo mundo ouve falar, ouviu falar que é boa, mas que você acaba não indo atrás pra acompanhar? “Dexter”, infelizmente, deve estar na lista mental de muita gente por esse motivo...
Se você ainda não conhece, continue lendo para conhecer um pouco sobre o show e descubra algumas razões para você acompanhar as andanças noturnas desse anti-herói, garantindo boas horas de suspense e muita tensão!
Quem é ele?
Durante boa parte do tempo, um cara pacato: trabalho, jogo de boliche com os amigos, sanduíches medianoche, exercícios para manter o corpo saudável… Mas quando chega a hora, é impossível para ele resistir aos chamados de seu “Dark Passenger” (demonização do instinto presente nos assassinos no universo de Dexter).
Dexter prefere usar armas brancas, pois acredita que são mais precisas, fazem menos barulho e são discretas.
O cara também está acima de qualquer suspeita, pois é um perito que analisa padrões de borrifos de sangue em cenas de assassinato e trabalha para a divisão de homicídios da polícia de Miami; através dessa facilidade em obter informações, o monstro mais cuidadoso e preciso da Flórida aproveita para saciar sua vontade de matar buscando por indivíduos que conseguiram “passar a perna” na justiça e saíram impunes.
Logicamente, um perito criminal sabe exatamente o que pode denunciar uma noite de “brincadeiras” (ele também tem raciocínio e percepção aguçados em cenas de crime).
Slice of Life
Após "brincar" com seus "amiguinhos íntimos", Dexter guarda apenas uma gota de sangue em uma lâmina como suvenir e depois desova os restos de seu minucioso trabalho com a ajuda de seu barco, o "Slice of life".
Dexter consegue recriar diversas cenas de crime mentalmente, e chega a conclusões rápidas - antes mesmo que procedimentos de perícia mais tecnológicos sejam usados. Nesta cena, vemos um assassino analisando o trabalho de outro assassino.
Um monstro. Mas um monstro asseado.
"Tonight is the night".
O Código seguido pelo justiceiro, que rege praticamente toda sua vida, foi elaborado por seu pai adotivo, Harry. Ele acreditava que com esse código de conduta seu filho nunca seria pego, e além disso, canalizaria a necessidade incontrolável de assassinar para algo “bom”, afinal ele passaria a apenas “eliminar o lixo do mundo”. Basicamente, só tem sua vida ceifada aqueles que “merecem” (já mataram alguém por motivo torpe, outros psicopatas que matam inocentes, entre outros) e são acusados com provas concretas. Caso essas não estejam disponíveis, entram em ação técnicas de investigação passadas de pai para filho.
Harry treinou também técnicas de dominação, luta, tiro e uso de diversos tipos de armas - principalmente de contato, pois são mais silenciosas. O psicopata que dá nome ao seriado tem ausência total de sentimentos e mesmo assim consegue ser cativante. Ele próprio se define como um “monstro muito asseado”.
Além do talento como exterminador, Dexter possui outros talentos.
Segundo Deb, ele faz os melhores bifes de Miami.
Como Dexter não tem empatia e sentimento algum, ele passou a observar as interações humanas e se tornou bom em reproduzí-las. Essa adaptação é um dos parâmetros para seguir o Código de Harry - qual a melhor forma de passar batido? Não chamando atenção e parecendo o mais normal e pacato possível. Resumindo, o personagem é um sociopata, mas graças aos ensinamentos de seu pai adotivo consegue ser conhecido apenas como um “rato de laboratório” (alguns personagens se referem a ele assim).
Supense e tensão do começo ao fim
A forma com que as tramas vão se desenrolando ao longo dos episódios é realmente fluída. O seriado é daqueles que chama a atenção no primeiro episódio e quando você se dá conta, está fazendo uma reprodução caótica de todos os tiques de ansiedade que você possa ter... No quarto season finale.
Você, no season finale da sétima temporada.
Debra f*cking Morgan
Dispensa tradução.
Debra é a irmã mais nova e adotiva do sanguinário caprichoso. Ela conseguiu se tornar a personagem favorita de muitos fãs da série. Debra Morgan é responsável por grande parte do humor ácido presente na atração.
A bela Jennifer Carpenter dá vida à representante feminina da família Morgan
Deb sente a necessidade de cuidar e estar perto de Dexter, pois ele é a única família que ela tem. Em uma cena memorável, o psicopata pensa consigo mesmo: "Se eu tivesse sentimentos por alguém, seria por Deb".
Com toda a certeza, o seriado só teve o brilho que teve graças a esta personagem. Acompanhar a evolução dela é gratificante para o espectador.
Fotografia incrível e cultura local bem retratada
Na bonita Miami, com cenas rodadas em localizações maravilhosas... Prepare-se para ver cenas de ação acontecendo em paisagens de encher os olhos.
O apartamento de Dexter fica na porta azul do andar de cima.
Pessoas falando uma espécie de "spanglish", costumes bem característicos, questões políticas envolvendo a comunidade latina nos EUA, e até mesmo o sanduíche preferido do Dexter nos transportam até uma Miami mais fiel - cheia dos problemas com imigração ilegal, tráfico de drogas e prostituição.
"É som de preto. De favelado.. Mas quando toca ninguém fica parado". O funk brasileiro é reproduzido, ao fundo, em uma cena da série. Em Miami existe uma grande comunidade de brasileiros.
Personagens secundários
Prepare-se para assistir uma produção muito bem alinhada e equilibrada, com direito a aprofundamento nas questões relacionadas a todos os personagens fixos da história. Como não odiar muito ou amar (às vezes) o inimigo declarado de Dexter, o intrometido James Doakes? Ou então não ficar perplexo ao ver o amor e o cuidado de Rita, a namorada do nosso sombrio esquartejador (sim, ele tem uma namorada para completar o disfarce)...
Um dia, isto fará muito sentido para você.
O que esperar de Dexter? Muita, muita psicopatia!
Os vilões mais sem coração e um herói pior ainda; as situações mais insanas vividas por um sanguinário de personalidade dupla e as inacreditáveis manobras e técnicas usadas por ele para esconder seus hobbies macabros... Esse combo vai com toda a certeza te preder a atenção.
Aos mais fracos de estômago, fica o aviso: corpos, muitos corpos!
Dexter se estendeu por oito temporadas e mesmo assim conseguiu manter a qualidade. No entanto, após um declínio gradual de audiência, a Showtime decidiu encerrar o show com um desfecho que despertou polêmica, chocou e até mesmo revoltou muitos fãs. Uma coisa é certa: ninguém poderá reclamar do roteiro dizendo que é previsível. As últimas duas temporadas podem ser facilmente descritas como agoniantes. Fuja de spoilers!
Bônus: Após assistir a adaptação para TV, você ainda pode aproveitar para ler os romances escritos por Jeff Lindsay. As histórias não seguem uma mesma linha: o programa da Showtime foi apenas baseado no primeiro livro. O final de "Darkly Dreaming Dexter" é totalmente diferente do que vemos na telinha - então prepare-se para novas histórias igualmente eletrizantes... E são oito livros!
Para fugir daquela "depressão pós série", você pode reencontrar os seus personagens favoritos em uma nova história. Boa leitura!
Você conhece mais algum seriado, filme ou livro que aborda psicopatia e/ou barris e mais barris de sangue? Conta pra gente aqui nos comentários ;)
Elias Trizotti de Mattos Junior
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