Eu poderia fazer essa crítica com essa única frase. Sem querer dar spoilers e estragar uma das melhores experiências que você terá este ano ao assistir ao filme, Barbie mostra a ferida e ainda taca sal de um jeito engraçado.
Sinopse
No live-action da boneca mais famosa do mundo, somos apresentados à rotina em Barbieland, um lugar onde todas as versões da Barbie convivem em perfeita harmonia. Suas únicas preocupações são encontrar as roupas mais deslumbrantes para passear com as amigas e desfrutar de festas intermináveis. Contudo, uma das bonecas (interpretada por Margot Robbie) começa a perceber que sua vida talvez não seja tão perfeita assim, questionando o sentido de sua existência e preocupando suas companheiras.
Consequentemente, a vida cor-de-rosa dela começa a mudar e, eventualmente, ela descobre que precisa deixar a Barbieland. Forçada a ir ao mundo real, Barbie precisa enfrentar as dificuldades de não ser apenas uma boneca. Com seu quem Ken (Ryan Gosling) ao seu lado, que parece cada vez mais encantado com a vida no novo mundo, ele procura a humana que pode ajudar a resolver suas questões. Enquanto isso, Barbie enfrenta dificuldades para se adaptar e passa por momentos desafiadores até perceber que a verdadeira beleza reside no interior de cada ser humano.
Crítica
Sabe aquele filme que te faz rir, chorar, sair refletindo e você sente que algo mudou?
Foi exatamente isso que aconteceu com Barbie. E tentando não dar nenhum spoiler, pois, acredito que isso faz realmente muita diferença. A trama dirigida por Greta Gerwig começa divertida e com uma narração inusitada. A quebra da quarta parede que a narradora faz, parece quase que um comercial da Mattel.
A empresa dona da boneca não deixa de ser alfinetada algumas vezes, mas é tudo dentro da trama.
O filme fica constantemente jogando na sua cara o papel da mulher e do homem no mundo real, e a diferença com a Barbieland. Porém, em dado momento do filme, o discurso é um verdadeiro tapa na cara e, ao mesmo tempo em que me senti representada, eu notei o quanto ser mulher é cansativo e me senti exausta.
Dizer que o filme é só feminista não poderia estar mais longe da verdade. Acho que colocar o filme em um rótulo, ou em uma caixa, é apequenar a conversa. Claro que ao ser dirigido por uma mulher e abordar o papel da mesma na sociedade ele trata deste assunto, mas também é muito mais.
Ele abre discussões sobre o papel da mulher na sociedade, mas se considerarmos que na Barbieland as mulheres estão em todos os cargos de poder e os Kens, não, é um filme sobre igualdade. Um filme sobre imaginação. Imagine um mundo onde as mulheres podem ser o que quiserem, este é a Barbieland.
A trama se utiliza de extremos para mostrar como a mulher é tratada no mundo real. É como desenhar para a sociedade entender que não se trata de odiar os homens, apenas querer ter o mesmo nível de importância.
E este é só a primeira camada de comédia e discussão. A Barbie interpretada por Margot está passando por uma crise de identidade, ser perfeita em um tempo que procura demonstrar que temos que lidar melhor com nossas imperfeições.
Embora seja muito engraçado e eu tenha ficado com a barriga doendo de rir, ele também tem esses momentos mais sérios, com os quais eu chorei.
Aquela referência ao filme 2001 Uma Odisseia no Espaço |
Curiosidades bacanas
O filme usou toda a cor rosa disponível no mercado, são diversos tons da cor. Não há branco na Barbieland, apenas um tom extremamente claro do pink.
O personagem Alan, que primeiramente achei que não teria grande importância, aparece em cenas engraçadas e é um boma alivio cômico.
Diversas linhas que foram descontinuadas pela Mattel, aparecem no longa e trazem uma nostalgia incrível.
Embora tenha números de dança e músicas, não dá pra considerar um musical.
Ficha Técnica
Titulo: Barbie
Lançamento: 20 de julho de 2023
Gênero: Aventura
Direção: Greta Gerwig
Roteiro: Greta Gerwig, Noah Baumbach
Elenco: Margot Robbie, Ryan Gosling, Emma Mackey, Simu Liu, Dua Lipa, America Ferrera, Kate McKinnon, Issa Rae, Rhea Perlman e Will Ferrell, entre muitos outros nomes conhecidos do público.