A quinta temporada da série começa exatamente do ponto em que paramos ano passado: em meio às eleições, Frank (Kevin Spacey) e Claire Underwood (Robin Wright) precisam acalmar o povo americano após a ICO (representante fictícia do Estado Islâmico) decapitar um homem dentro dos Estados Unidos. Além da crise, o casal precisa lidar com o forte apoio do povo ao republicano Will Conway (Joel Kinnaman), que, surpreendentemente, parece estar sempre um passo a frente dos Underwood, com a ajuda de Mark Usher (Campbell Scott).
Nos bastidores, Doug Stamper (Michael Kelly) e LeAnn Harvey (Neve Campbell) tentam de tudo para amarrar pontas soltas que possam causar problemas ao Primeiro Casal, com repercussões e reviravoltas que poderiam fazer parte da delação de Joesley Batista.
Enquanto as eleições não ocorrem, Frank toma decisões polêmicas como incitar uma guerra contra a ICO dentro e fora do país e reforçar as leis de imigração para os EUA, apesar dos inúmeros argumentos contrários de aliados e opositores.
Frank (Spacey) e Claire (Wright): Primeiro Casal enfrenta temporada mais tensa do programa |
No quesito atuações, infelizmente, nem todos brilham como de costume. Robin Wright, apesar do maravilhoso trabalho como diretora, oscila em muitos momentos e não consegue equilibrar a frieza de Claire com a carga dramática de seu relacionamento secreto com Tom Yates (Paul Sparks) e passa longe da atuação brilhante da quarta temporada. Neve Campbell também continua desconfortável como LeAnn Harvey e segue tão descartável quanto fora em 2016.
Por outro lado, Dominique McElligott continua brilhantemente seu trabalho como Hannah Conway e rouba cada cena que aparece, sendo a principal responsável por fazermos torcer por seu marido na corrida presidencial (algo que não é fácil, visto que, além de republicano, ele esteve em Esquadrão Suicida). A recém-chegada Patricia Clarkson também não demora a roubar nossos corações (e alguns cargos na Casa Branca) como a suspeita Jane Davis. Apesar de pontuais, as participações da atriz são importantíssimas para cada twist proposto na temporada e essenciais para os planos Underwood correrem bem.
Doug (Kelly) tem sua temporada mais importante até agora |
House of Cards, seja pelo roteiro, pelas atuações ou pela situação da política mundial atual, nunca pareceu tão real. A quinta temporada, disponível desde 30/5, já seria a melhor da série sem as conexões com a realidade. Essa ligação, porém, dá à temporada, e à série como um todo, mais importância do que nunca e a eleva, talvez, ao posto de melhor drama da atualidade. E se, depois de assistir, você ainda tiver alguma dúvida, basta abrir o caderno de política de qualquer jornal dos últimos meses.
A quinta temporada da versão americana de House of Cards chegou completa à Netflix em 30/5 e tem 13 episódios.