Depois de receber críticas pelo machismo apresentado em Grandes Astros, Miller iniciou a minissérie focado nas duas personagens femininas principais: Carrie Kelley, ex-Robin e atual Batgirl, e Lara-El, filha de Superman e Mulher Maravilha, criada entre as Amazonas, ambas carregando o legado de seus mentores, ausentes depois dos eventos de O Retorno do Cavaleiro das Trevas.
A trama deste terceiro capítulo circula em volta das duas jovens heroínas, que tentam lidar com seus poderes e responsabilidades de maneiras diferentes: Carrie, percebendo as consequências do estado violento deixado após o número anterior, prepara o terreno para o retorno do Batman, enquanto Lara tenta salvar, junto de Ray Palmer (o Átomo), os cidadãos de Kandor, procurando se encaixar em algum lugar da sociedade.
Carrie quebrando geral como "Batman" |
Talvez o grande problema de A Raça Superior seja sua crítica. Usando Quar e seus seguidores para falar de opressão às minorias e fanatismos religiosos, Miller apenas arranha a superfície e, sem argumentos ou conhecimento de causa, acaba dando apenas a violência exagerada e os discursos pomposos como resposta para qualquer conflito que apareça.
Quar e os kandorianos: grande ameaça foi uma crítica rasa |
Além dos nomes já citados, Superman e Mulher Maravilha (agora rainha de Temiscira) aparecem maiores do que nunca nas mãos de Miller, tendo que lidar com uma filha traidora e seus egos feridos pelo último encontro com o Homem Morcego.
Superman: maior do que nunca nas mãos de Frank Miller |
O epílogo, parte mais tocante da série, mostra os heróis da DC, aos poucos, retomando seu lugar nas ruas e o respeito dos cidadãos comuns, tão oprimidos ao longo dos nove números da revista. Sem superar o primeiro livro e ainda longe de sua grande forma, Frank Miller mostra, pelo menos, que ainda é um roteirista acima da média e encerra seu universo do Batman de uma maneira muito mais feliz do que se esperava quando cancelaram Grandes Astros.
Cavaleiro das Trevas III - A Raça Superior tem roteiro de Frank Miller e Brian Azarello e arte de Andy Kubert e já teve suas 9 edições lançadas pela DC nos Estados Unidos. No Brasil, a publicação e distribuição fica a cargo da Panini Comics. O último lançamento nacional foi o número 7, em abril.