O filme se passa em 2029, em um futuro distópico, onde Major (Scarlett Johansson), foi transformada em um híbrido de humano e ciborgue. Ela lidera um esquadrão de elite, dedicado a combater crimes cibernéticos. A história ganha gravidade quando um hacker misterioso ameaça a ordem, tomando controle de máquinas, o que é somado a própria trajetória da protagonista para entender o que ela é realmente.
Visualmente Impressionante
Ghost In The Shell, em seu filme de 1995 tinha um visual impressionante, um cyberpunk que misturava uma cidade futurística com alguns elementos retrôs e tradicionais japoneses. Com uma liberdade criativa, a passagem de anime para live-action se deu com leveza, onde os cenários mantiveram diversos elementos reconhecíveis e adicionaram muitos outros. A computação gráfica está impecável, as cenas que mostram a cidade como um todo, ou as ruas, mostram a imensidão e a beleza do mundo recriado.
Visão da cidade |
Fiel e adaptado
O maior trunfo do filme é o equilíbrio encontrado entre respeitar e ser fiel a obra original e adaptar e cativar um público novo ao conteúdo. Seja em alguns elementos visuais, algumas cenas adaptadas devido a faixa etária, o filme tenta prestar homenagem ao mesmo tempo em que escreve sua própria história.
Durante diversos momentos o espectador não vai reconhecer as cenas, pois são conteúdos inéditos, porém eventualmente o filme entrega cenas literais do anime, servindo muito bem ao propósito do roteiro, além de ser um fan service que agrada aos fãs mais antigos. Uma mudança notável, é a diminuição do tempo da maior parte dos coadjuvantes em cena.
História simplificada
O longa pretende cativar um público extenso ao trazer a história para o ocidente em um formato blockbuster, com uma classificação indicativa relativamente baixa, e para isso não poupou alterações ao roteiro original. A história está muito mais simples e direta, não gera aquele mistério e confusão típicos do anime. As alterações porém não tiram a essência da obra de maneira alguma e servem muito bem para contar a história. Como consequência, temos um roteiro ágil, que dá um ritmo mais frenético ao filme, onde sempre está acontecendo algo.
Cena da vidraça, um show de efeitos |
Uma boa Major
Scarlett Johansson, por fim fez um papel competente como a Major, não entregou a melhor interpretação possível, mas também não decepciona. A atriz leva um tempo considerável do filme para convencer em seu papel. Independente da diferença de etnia, a personagem ficou visualmente fiel, seus elementos essenciais estão todos presentes.
Scarlet como Major |
Polêmica do Whitewashing
Assunto discutido desde o anúncio de Scarlett como Major, o whitewashing, que consiste em escalar atores geralmente brancos para papéis de outras etnias ou minorias, é perceptível no longa. Por mais que o ambiente em que o filme se passa seja todo orientalizado, a maior parte do elenco é formado por pessoas brancas, com alguns eventuais orientais aparecendo, o que não prejudica a história de maneira alguma.
Duas faces da mesma moeda |
Conclusão
A Vigilante do Amanhã: Ghost In The Shell impressiona, o filme está longe de ser o "enlatado" comum que os EUA costuma fazer com as obras orientais, o longa respeita seu passado e ao mesmo tempo inova, chamando a atenção de uma geração que não conhece a obra e que consome blockbusters.Tanto a protagonista quando o elenco de apoio são competentes, convencem em seus papéis. A trilha sonora se mostra bastante interessante, combinando muito bem com o visual e ação. A história é simplificada, o que a torna mais acessível e que deve permitir que um público muito maior se interesse pela história e busque mais conteúdo. Conhecendo a obra original ou não, A Vigilante do Amanhã merece sua atenção.
Ficha Técnica
Nome: A Vigilante do Amanhã:Ghost In The ShellNome Original: Ghost In The Shell
Origem: EUA
Ano de produção: 2016
Lançamento: 30 de março de 2017
Gênero: Drama, Ação, Ficção Científica
Classificação: 14 anos
Direção: Rupert Sanders
Elenco: Scarlett Johansson, Pilou Asbæk, Takeshi Kitano