Crítica: Invasão Zumbi - Os zumbis invadem a Coreia do Sul

O cinema coreano consegue surpreender o público americano com bons filmes. Um exemplo disso é Oldboy que, por sua qualidade, rendeu até uma versão hollywoodiana que não foi tão bem aceita pelo público. No final de 2016 chegou aos cinemas brasileiros o longa Invasão Zumbi (Train to Busan - Busanhaeng no original coreano), um filme que traz zumbis em uma viagem de trem de 453 km.

Um surto viral misterioso deixa a Coreia do Sul em estado de emergência. Com o vírus não identificado se alastrando pelo país, o governo coreano declara lei marcial. Um trem de alta velocidade parte com destino à cidade de Busan, a única que conseguiu se defender da epidemia. O percurso de Seul a Busan é de 453 km. Trata-se da luta pela sobrevivência por aqueles que têm outros a proteger.

O filme não perde tempo com a trama e apresenta de maneira rápida o personagem principal Seok-Woo (Gong Yoo), introduzindo os secundários no decorrer da história. A história é simples e sem muitas novidades para o gênero, mas a forma como o longa foi montado traz uma certa tensão ao telespectador em todos os momentos. O filme mostra o tipo de zumbis que correm e se amontoam uns nos outros, do mesmo modo que é mostrado em Guerra Mundia Z (2013).

O advento da tecnologia é uma constante no filme, com os sobreviventes sempre procurando por informações sobre as cidades onde o trem poderia parar. A busca pela sobrevivência desperta no ser humano o instinto de auto-preservação que o leva a matar outras pessoas para garantir a própria vida. Os zumbis não enxergam no escuro e só atacam quando vêem os vivos - se alguém fechar a porta e ela não tiver um vidro para que o zumbi o veja, ele não tentará arrombar a porta ou atacar.

Invasão Zumbi não é o melhor filme de zumbis que já foi lançado, mas é um dos mais comoventes. Ele mostra até onde um pai vai para proteger seu filho e até onde o ser humano é capaz de ir para garantir a própria sobrevivência. É uma produção que merece ser assistida no cinema e mostra que o cinema coreano tem boas histórias para as telonas.